Os mesmos erros de sempre

Quando o trio de arbitragem entrou em campo neste domingo na Kyocera Arena com um uniforme preto e verde, já dava para perceber que este seria um Atletiba diferente. Depois de quase 500 dias longe do principal clássico do futebol paranaense, o encontro entre Atlético e Coritiba teve doses de emoção, irritação, revolta e alívio. No final, o empate por 2 a 2 acabou com gostinho de frustração aos atleticanos, que esperavam uma melhor apresentação do time principal, que se prepara para a estréia na Copa do Brasil, na próxima semana.

Logo que a bola começou a rolar na Arena, os atleticanos presentes mostraram a irritação com a atuação do árbitro Heber Roberto Lopes. Deixando o jogo correr com muitas faltas por parte dos coxa-brancas, que apelaram dessa estratégia para parar o ataque atleticano, o jogo ficou bastante truncado no meio-campo. A primeira grande chance atleticana foi aos 10 minutos, com Cristian cruzando e Ferreira cabeceando fraco, mas o goleiro espalmou para escanteio.

Aos 19 minutos, o lance mais polêmico de toda a partida. Na cobrança de escanteio para o Coritiba, o árbitro viu o zagueiro Danilo segurando Henrique e assinalou o pênalti. Na cobrança, bola de um lado, goleiro do outro, e Edmilson fazia 1 a 0 para o Coxa. Vale ressaltar que lances de jogadores se segurando dentro da área foram comuns durante todo o restante da partida, mas o árbitro não utilizou o mesmo critério (e rigor) para marcar as outras faltas.

O Atlético teve ainda três boas oportunidades para empatar o jogo no primeiro tempo. A primeira delas aos 22 minutos, com Marcelo Silva, que recebeu a bola dentro da área, de frente para o gol, mas chutou para fora. Quatro minutos depois, o meia Ferreira chutou forte da entrada da área, a bola passou muito perto, mas foi para fora. E aos 43 minutos, Danilo aproveitou a cobrança de escanteio de Cristian e cabeceou a bola na trave, dando mostras que o gol atleticano estava amadurecendo.

Segundo tempo: virada no placar e gol de cabeça, de novo

Na etapa final, logo aos 6 minutos, o volante Alan Bahia foi derrubado na área logo após a cobrança de escanteio, em lance muito mais escandaloso que o pênalti assinalado a favor do Coxa. Mas, desta vez, o árbitro preferiu não marcar a penalidade a favor dos atleticanos. Aos 15 minutos, o Furacão teve outra boa chance: Marcão fez boa jogada e tocou para Alex Mineiro. Ele rolou a bola para Cristian, que limpou a jogada e tirou do goleiro, mas a bola caprichosamente acertou o travessão. Foi a senha para a torcida atleticana acordar no jogo, alternando insatisfação com o desempenho de Cristian em campo e empurrando o time rumo ao empate. As vaias surtiram efeito imediato, com Vadão colocando Evandro no lugar de Cristian.

Curiosamente, no primeiro lance sem Cristian no gramado, o Furacão chegou ao empate. Aos 21 minutos, na cobrança de escanteio fechado, a bola passou por todo mundo e Marcão apareceu para estufar as redes do Coritiba.

A torcida ainda comemorava o gol de Marcão quando saiu a virada atleticana. Aos 23 minutos, Ferreira recebeu a bola na entrada da área, puxou para a perna esquerda e bateu no cantinho, sem chances para o goleiro Bonan.

Mas, repetindo um erro comum que já vem em vários jogos, o Atlético recuou e permitiu o empate do Coxa. O fantasma teve o mesmo nome: bola cruzada na área atleticana. Pedro Ken cruzou da direita e Daniel apareceu livre na pequena área para empatar o jogo.