Depois da chegada de Givanildo, Cléber garantiu a titularidade [foto: PR PRESS/Giuliano Gomes]
Se há uma posição em que os jogadores costumam “durar” no Atlético, é no gol. Nos últimos 11 anos, apenas três goleiros detiveram a titularidade do arco atleticano. De 1995 até 1997, o dono da posição foi uma das maiores unanimidades da história do clube: Ricardo Pinto, um dos símbolos do acesso à primeira divisão em 1995 e da bela campanha na Série A no ano seguinte. De 1998 até 2002, foi a vez do alagoano Flávio ter a sua chance, e o fez com muito sucesso. Campeão Brasileiro em 2001 e Paranaense em 1998, 2000, 2001 e 2002, o “Pantera” é o maior conquistador de títulos da história do Furacão. De 2003 até 2005, quem deteve a camisa um rubro-negra foi Diego, vice-campeão brasileiro em 2004, campeão paranaense em 2005 e um dos maiores destaques do time que chegou ao vice-campeonato da Libertadores da América.
2006 tinha tudo para ser o ano em que um novo goleiro começaria a brilhar no Furacão. Com a negociação de Diego com o Fluminense, surgia a oportunidade para os jovens “pratas-da-casa” Cléber e Tiago Cardoso, ou ainda Vinícius, que tivera uma bela atuação na vitória sobre o Cruzeiro, no Brasileirão de 2005, em Belo Horizonte. Mas o ano acabou sendo um pouco conturbado na posição, principalmente em razão do malfadado rodízio promovido pelo alemão Lothar Matthäus.
A alternância entre Cléber e Tiago Cardoso no Campeonato Paranaense não deu certo. Nenhum dos atletas adquiriu ritmo de jogo e o resultado foi emblemático: a eliminação da competição com a falha de Cléber no jogo contra a ADAP em Campo Mourão, e um erro grotesco de Tiago Cardoso na partida de volta, na Baixada. A insegurança quanto à posição fez que a diretoria buscasse a contratação do argentino Navarro Montoya, que chegou extemporaneamente, justo quando Cléber tinha se firmado na posição e tinha seguidamente boas atuações.
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Montoya teve poucas atuações, mas deixou a sua marca temporada [foto: PR PRESS/Giuliano Gomes] |
CLÉBER:
Embora não tenha sido uma unanimidade, Cléber foi indiscutivelmente o grande destaque da posição em 2006. Depois da falha contra a ADAP pelo Paranaense, o “Mexerica” engatou uma série de boas atuações e conquistou a confiança do torcedor. Ganhou nada menos do que cinco troféus Furacao.com e segundo o canal Sportv foi o goleiro que mais fez defesas difíceis no Brasileiro, embora o Atlético tenha tido a quarta defesa mais vazada. Cléber teve três atuações ruins: na derrota por 5 a 0 para o Botafogo, na vitória por 6 a 4 sobre o Vasco, e na goleada sofrida contra o Pachuca, no México. Mas foram bem mais numerosas suas atuações destacadas, em que salvou o time. Por exemplo, a vitória sobre o Palmeiras, na Baixada, sobre o Fluminense no Maracanã, e no empate contra o Palmeiras em São Paulo, quando fechava o gol até ser substituído por contusão. Pela Copa Sul-Americana, fez uma ótima partida contra o Paraná Clube, no Pinheirão - em que defendeu até pênalti -, e também numa das partidas mais importantes do clube, em Buenos Aires, vencendo o River Plate por 1 a 0. Isto sem falar em algumas derrotas em que salvou o Atlético de sofrer goleadas, como a partida de estréia no Brasileirão, contra o Santos.
TIAGO CARDOSO:
Uma das grandes esperanças da torcida, acabou decepcionando. O atleta chegou a ter boas atuações, mas já em uma das primeiras partidas, contra o Francisco Beltrão, acabou falhando. O então treinador Vinícius Eutrópio (Matthäus ainda não havia sido contratado) substituiu o goleiro ainda no intervalo. O rodízio prosseguiu e o desastre veio na partida contra a ADAP, na Kyocera Arena, em que Tiago protagonizou uma das maiores lambanças já vistas. Depois disso, foi para a reserva e só voltou a campo contra o Palmeiras, quando Cléber se contundiu durante a partida. Entrando frio em uma partida que estava pegando fogo, acabou levando dois gols defensáveis e cedeu o empate ao time paulista, que perdia por 2 a 0.
NAVARRO MONTOYA:
A aparência era de ser um goleiro espalhafatoso, o que ele confirmou dentro de campo. A primeira aparição foi de forma curiosa, quando quase precisou entrar em campo contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, e foi filmado no banco de reservas sem estar usando o uniforme nem as luvas. O veterano argentino chegou ao Atlético em meio a uma boa fase de Cléber, e só teve sua chance contra o Santos, quando o titular estava suspenso. Apesar de ter mostrado uma reposição de bola excepcional, Montoya não se mostrava seguro no gol e acabou falhando de forma infantil no único tento sofrido. Voltou a atuar contra o Nacional, em Montevidéu, pela Sul-Americana, e não comprometeu. Encerrou sua participação no Atlético na vitória contra o Fortaleza por 4 a 3, no Ceará, em que teve uma boa atuação, embora demonstrando uma certa displicência. Comenta-se que deixou o Atlético por não concordar em ficar no banco, o que tem grandes chances de ser verdade, já que, embora jogasse quando Cléber estava suspenso ou machucado, praticamente não figurou entre os reservas durante as partidas.
VINICIUS:
O jovem goleiro, um dos destaques do Atlético nas categorias de formação, foi durante algum tempo nesta temporada o terceiro goleiro do time. Depois, com a chegada do argentino Navarro Montoya, Vinícius acabou virando apenas a quarta opção para o gol atleticano. Em virtude disso, acabou não tendo oportunidades no time principal. Já no time B, teve algumas atuações, durante a disputa da Copa dos 100 anos.
GUILHERME:
Depois de brilhar com a camisa número um do time de juniores do Atlético em 2005, Guilherme foi promovido este ano ao time principal. Apesar de não ter tido nenhuma oportunidade no time A do Atlético, acabou inscrito na Copa Sul-Americana, na vaga deixada por Montoya. Sua inscrição se deu, principalmente, porque era o titular do time B na disputa da Copa dos 100 anos.
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