Dep. Médico | terça-feira, 04 de julho de 2006, 15h37
Cruzeiro reformula seu departamento médico
O Cruzeiro Esporte Clube comunicou nesta terça-feira uma ampla reformulação no departamento médico do futebol profissional. As medidas tomadas pelo clube visam a adaptar a estrutura do clube às necessidades do futebol atual. Com isso, foram desligados quatro profissionai, alguns dos quais prestavam serviços ao time mineiro há três décadas.
Uma das principais novidades implementadas pelo Cruzeiro é a substituição do massagista pelo fisioterapeuta no banco de reservas durante as partidas. O regulamento da CBF permite que quatro profissionais, além dos atletas, permaneçam em campo durante as partidas: o preparador técnico, o preparador fÃsico, o médico e o massagista. Cabe ao massagista realizar o primeiro atendimento aos jogadores que se machucam durante os jogos. Ele também é o responsável por providenciar água e isotônico aos atletas.
"Vamos mudar o perfil do departamento médico. O fisioterapeuta agora vai entrar em campo, em vez do massagista. São situações novas que vamos criar a partir de agora. Queremos mudar a forma de a coisa ser conduzida e isso só acontece com uma mudança radical", comentou LuÃs Roberto Felipe, superintendente médico do Cruzeiro.
No futebol brasileiro, a figura do massagista é praticamente uma "instituição". "Salvo as exceções, os massagistas dos clubes de futebol se transformaram muito mais em figuras folclóricas e até carismáticas, devido suas atitudes e posturas, do que referências na aplicação de técnicas cientÃficas da massagem", opina João Paulo Medina, que já foi gerente de futebol de vários clubes. Na Seleção Brasileira, o massagista Nocaute Jack tornou-se famoso depois de trabalhar em sete Copas do Mundo (incluindo as de 1970 e 1994). O Vasco teve o folclórico Pai Santana e o Inter conta há muitos anos com Banha. No Atlético, a função é exercida pelo carismático Bolinha, praticamente um Ãdolo da torcida.
Terceirização
Outra medida adotada pelo Cruzeiro é a "terceirização" de procedimentos cirúrgicos. Todas as operações de atletas vinculados ao clube serão realizada por outros médicos que não os do clube. "Daqui para frente médico nosso não vai mais operar os atletas. A cirurgia cria um desgaste para o médico no clube e a tendência mundial é que você leve o atleta para operar fora do clube. Assim você minimiza os problemas", afirmou o superintendente cruzeirense.
O Atlético adotou essa prática há alguns meses. O caso mais famoso foi de Dagoberto, operado pelo médico americano Freddie Fu. A cirurgia realizada no exterior acabou desencadeando uma reformulação na equipe de médicos do Atlético que culminou com a saÃda do chefe do departamento, Edilson Thiele. Depois de Dagoberto, outros jogadores foram operados por profissionais estabelecidos fora de Curitiba, casos de Caetano, André Rocha, Michel Bastos e FabrÃcio.
Em outubro de 2005, o Rubro-Negro anunciou uma parceria com o Hospital do Coração, de São Paulo, que conta com um um dos mais bem equipados setores de Medicina do Esporte do paÃs (o CORE). Graças à parceria, o Atlético tem à sua disposição serviços de ortopedia e traumatologia, cardiologia do esporte, medicina fÃsica e de reavaliação, equipamento isocinético Cybex, Byodex, além de fisioterapia.
Reformulação atleticana
Assim como o Cruzeiro, o Atlético também efetuou mudanças significativas em seu departamento médico. Ainda nesta temporada, o clube reduziu seu quadro do departamento profissional de futebol de quatro para três médicos. Atualmente, o médico Alexandre Cabral trabalha em perÃodo integral no CT do Caju. O Rubro-Negro conta ainda com os médicos Murilo Ribas e Marlus Schiavon no departamento profissional e Eduardo Rezende no departamento de formação de atletas. O departamento médico atleticano está sob responsabilidade do diretor Paulo Brofman.
Aliado a isso, o Atlético prepara uma significativa alteração na estrutura. As reformas do CT do Caju incluem a construção de novas salas para o departamento médico. "Nós estamos construindo um centro médico que pode ser um dos maiores do futebol brasileiro em estrutura fÃsica", comentou o supervisor Antonio Carlos Gomes em recente entrevista à Furacao.com.
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Matéria do site Furacao.com:
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