Opinião | quinta-feira, 25 de maio de 2006, 10h15
Análise de S.Caetano x Atlético, por Lincoln Graça Neto
Análise de São Caetano 2 x 1 Atlético
Em um jogo em que foi definido por dois lances que se iniciaram em jogadas de bola parada (ambos os gols do adversário foram a partir de faltas cobradas por Anderson Lima) pudemos observar a fragilidade técnica, tática e a inapetência dos nossos jogadores. Com excesso de jogadores no meio o jogo era truncado, pois o Furacão apresentava 6 e o São Caetano 4 ou 5 atletas na meiuca. Nossos laterais foram dominados por Anderson Lima e Triguinho, praticamente perdendo todas as suas ações e tornando a alternativa do jogo pelos flancos nula. Erandir atuava mais pela direita cobrindo Jancarlos e Alan Bahia protegia bem a zaga.
O Atlético até que iniciou melhor o jogo tocando bem a bola, porém sem objetividade e sem ameaçar muito a meta do São Caetano. Aos poucos foi melhorando e Evandro chutou cruzado levando perigo assim como Ferreira, que aos 15 minutos perdeu a primeira de suas 3 grandes chances. Herrera se mostrava mais ativo, se movimentando mais quando comparado a Pedro Oldoni, saía mais da área, porém suas tabelas não resultavam em boas jogadas. O "gringo" também perdeu um gol certo quando concluiu em cima do arqueiro do time azul, aos 26 minutos. Já aos 28, Cléber começou a ser testado e num chute de Elton, de fora da área, fez boa defesa.
Mostrando a esta altura que o domínio já mudava de lado, Anderson Lima cobrou falta pela direita, Herrera não cortou, Paulo André se preocupou mais em empurrar Gustavão para dentro do gol e a bola sobrou para Gadelha, sem a marcação de Alex, que marcou para o time do ABC paulista. Aos 31, Ferreira teve sua segunda chance, mas o goleiro fez grande defesa. Aliás, Ferreira mostrou-se um pouco mais lento, displicente e até com um olhar meio triste principalmente após perder sua última oportunidade aos 36 minutos e desta forma desperdiçar a nossa chance de empate ainda no primeiro tempo. Vale salientar que Gadelha foi inadequadamente impedido de comemorar um gol legítimo após grande jogada aos 32 minutos.
O técnico Nelsinho, não satisfeito com a vitória por 1 x 0, incentivava bastante seu time, gritava, acenava, gesticulava e estimulava seus atletas. E o nosso, nada. Nada! Olhava para baixo, punha os ombros para frente parecendo uma criança tímida em uma festa que não fora convidada, balançava a cabeça, e, nada. Nada! Paulo André, que não vinha bem e perdia todas pelo lado esquerdo, assim como o estabanado e fraco física e psicologicamente, Danilo. Aliás, não sei porque o Danilo é o nosso capitão. Não transparece liderança. Lembra a mãezona da área adversária, o Ígor. Não tem estigma de vencedor como um Michael Schumacher, um Tiger Woods, por exemplo.
Logo no início do segundo tempo, após nova cobrança de falta de Anderson Lima, o intempestivo e nervozinho Alex, cometeu um erro inadmissível. Cortou para o meio da área. Leandro Lima, que jogava com raça, mesmo com uma lesão na face desde o início do jogo, arrematou de fora da área e fez um golaço. Com as boas substituições e as entradas de Fabrício, Denis Marques e Jonatas, o time tentou um pouco mais, mas a medida que o tempo passava o nervosismo atrapalhava, as faltas eram constantes e os passes errados se repetiam.Tanto que aos 18 minutos a pequena torcida já ensaiava os gritos de olé. Isoladamente aos 28 minutos, Alan Bahia chutou forte de longe a bola quicou antes do goleiro que "frangou" feio. Feito, 2 x 1 e novamente esperança rubro-negra. Que nada! Parou por aí. Com a nova expulsão de Jancarlos, aliás desta vez sem razão já que houve falta anteriormente em Jonatas não marcada, o time esmoreceu e perdeu praticamente suas últimas energias.
Vale salientar ainda a péssima narração da equipe da RPC e os comentários previsíveis do Nivaldo à la Chico Anísio. Lembram dele na Globo comentando futebol? Jason , por sua vez, não tem boa dicção, abusa de palavras como: ali, aqui, esse, essa, ó.... Exemplos: tocou "esta" bola; "ó" o jogador "aí ó"; tocou esta bola ali; olha "esta" jogada. Além do mais quer criar emoção para o telespectador. Péssimo!
Lincoln Graça Neto é médico cirurgião e colaborador da Furacao.com
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