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Opinião | sexta-feira, 28 de outubro de 2005, 15h37

Análise de Fluminense 4 x 1 Atlético, por Rogério Andrade

Análise do jogo Fluminense 4 x 1 Atlético
por Rogério Andrade, colunista da Furacao.com

O Atlético foi castigado. Não vejo outra definição para o que aconteceu em Volta Redonda. Durante os noventa minutos, tivemos um maior volume de jogo, principalmente nos primeiros quarenta e cinco minutos. Do lado tricolor, três chegadas mais fortes no primeiro tempo, sendo o gol e dois chutes de fora da área, um para fora e outro terminando com a defesa de Tiago Cardoso.

Um tempo

Foram, sem dúvida, dois tempos distintos. Logo a partir do apito inicial, era evidente que a tranqüilidade tomava conta da equipe atleticana e o tricolor carioca apenas se defendia. Mas a tranqüilidade era tanta que em muitas jogadas os nossos atacantes pareciam querer entrar com bola e tudo, e exatamente assim (ou quase assim) foi o gol de Aloísio. Aliás, um golaço!

Estava bom demais, com a impressão de que era apenas questão de tempo. Jancarlos realizando uma partida excelente, apoiando com muita eficiência e cobrando dois escanteios primorosos, os quais quase se transformaram em belos gols olímpicos, não fossem as duas bolas espalmadas pelo goleiro do Fluminense, uma delas inclusive chegando a bater no travessão. Aloísio estava terrível. Dificilmente perdendo a bola, sempre encarando o adversário, se projetando sempre em direção ao gol. Rápido e eficiente, abriu o marcador. Em seguida, uma falha, talvez a única grosseira do primeiro tempo, permitiu que o atacante tricolor empatasse o jogo. Injustamente!

Mesmo após sofrer o gol, o Atlético não se abateu e continuou sobrando em campo, com boas jogadas pelas alas (principalmente a direita), Cristian distribuindo bem as jogadas pelo meio, Alan Bahia marcando forte como sempre, Evandro pintando e bordando no campo de ataque, e diria que até Lima teve papel importante, pois o conjunto do Atlético permitia que algumas falhas individuais não tivessem grandes impactos. Excelente, muito bom mesmo, com jogadas de efeito, mas faltava algo muito importante, o gol. Perdemos a chance de virar o jogo com o marcador favorável, talvez até elástico.

Outro tempo

O Atlético voltou para a segunda etapa, e a saída de Jancarlos já antecipava um grande desastre. Ele, justamente o ala direito, setor do campo onde nasceram belas jogadas, não poderia sair. Sentiu o tornozelo, deixou o campo, e a entrada de Ticão fez o Atlético recuar, perder a ofensividade lateral. Como se não bastasse, os passes passaram a ficar tortos, sem direção.

Desencontrado em campo, mas mesmo assim tendo maior volume de jogo, o Atlético era outro, não tinha nada em comum com aquele Atlético do primeiro tempo. Arriscando tudo e apostando suas fichas, Evaristo de Macedo, que anda cheio de crédito com a nação atleticana, sacou misteriosamente Evandro do time, fazendo atuar o polêmico e esquisito Denis Marques, o qual parece ter enterrado o pé na má fase.

O Atlético perdeu o tesão. Errou demais, se desmontou no segundo tempo e tornou um jogo relativamente fácil, em uma partida em que o empate já seria um ótimo resultado.

O Fluminense jogou os noventa minutos no erro do Atlético. E venceu o jogo. Um castigo mais do que merecido pela incompetência de transformar em gol as belas jogadas de um excelente futebol apresentado.

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