Atlético completa 200 jogos na Arena da Baixada

A história do estádio do Atlético começa no início do século XX, quando em 1914, Joaquim Américo Guimarães, então presidente do Internacional, comandou a construção do estádio Baixada no bairro da Água Verde. O Clube Atlético Paranaense surgiu dez anos depois, herdou o patrimônio e batizou o estádio com nome do principal responsável por seu surgimento. Desde então, a Baixada passou por diversas reformas, melhoras e ampliações. No meio da década de 80 o Atlético chegou a abandonar a Baixada e se mudou para o Pinheirão. Um tremendo equívoco, mas que acabou sendo corrigido com a campanha de José Carlos Farinhaque para a volta ao Caldeirão. Após uma série de obras o estádio passou a ter capacidade para 20 mil pessoas e foi inaugurado em 1994.

ARENA

No entanto, com a revolução comandada por Mário Celso Petraglia, os dirigentes atleticanos perceberam que o Atlético precisava de um novo estádio, maior, mais confortável e moderno. Foi então que, em 1997, a antiga Baixada começou a ser demolida para a construção do estádio mais moderno do Brasil. Alguns torcedores, inclusive, guardam até hoje como recordação as pedras da velha Baixada. Na época, poucos torcedores podiam imaginar a transformação que o clube iria sofrer com a construção do novo estádio. Desde 24 de junho de 1999, quando a Arena da Baixada foi inaugurada na partida entre Atlético e Cerro Porteño, o Rubro-negro conquistou quatro títulos paranaenses e um brasileiro, sem falar nos vices-campeonatos no Brasileiro de 2004 e na Copa Libertadores da América em 2005.

Faltou apenas disputar a grande final da competição internacional contra o São Paulo. A dúvida ficará para sempre nos torcedores se o Furacão teria conquistado a América caso a primeira partida da final tivesse sido realizada na Arena da Baixada. De todo modo, dois meses depois a torcida teve a chance de enfrentar o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro e foi à forra com os 4 a 2. Uma partida depois, contra o Juventude, o Atlético completou a marca de 200 partidas realizadas na Arena da Baixada desde a sua inauguração em 1999.

Nesses 200 jogos, o Atlético conquistou 132 vitórias, 40 empates e sofreu 28 derrotas, com 446 gols a favor e 213 contra, tendo 72,66% como índice de aproveitamento de pontos. A maior goleada aconteceu no Campeonato Brasileiro de 2004, quando o Furacão arrasou o Goiás na vitória por 6 a 0. A casa rubro-negra faz uma imensa diferença a favor do Atlético, apenas para se ter uma idéia, o Rubro-negro ficou de 19 de junho de 2004 a 24 de abril de 2005 sem sofrer uma única derrota na Arena, totalizando 29 partidas. Em 2000, os adversários também sentiram os efeitos de enfrentar o Furacão, quando a equipe atleticana venceu 10 partidas seguidas, recorde que permanece até hoje. Somente em 18 jogos o Atlético deixou de marcar um gol sequer.

A maior parte das apresentações do Atlético na Arena aconteceu em partidas válidas pelo Campeonato Brasileiro, seguido pelo Campeonato Paranaense, sendo o placar de 2 a 1 o mais freqüente nos 200 jogos. O Coritiba, rival mais tradicional do Furacão, é a equipe que mais enfrentou o Rubro-negro na Arena e ao mesmo tempo a que mais perdeu, ao lado do São Paulo. A diferença é que o adversário paranaense disputou praticamente o dobro de partidas contra o Atlético no estádio. Os torcedores que compareceram ao Joaquim Américo nesses últimos seis anos tiveram o privilégio de ver em média 3,3 gols por partida.

CONFRONTOS ESTADUAIS

Quando comparamos os resultados do Atlético contra as equipes por estado, a vantagem também é muito grande. Em todos o Furacão possui muito mais vitórias que empates ou derrotas, com excelente aproveitamento principalmente contras os times paranaenses (78,88%) e cariocas (78,43%). A única derrota para os cariocas aconteceu para o Fluminense, em 2001. Todavia, no mesmo ano o Rubro-negro deu o troco na semifinal do Campeonato Brasileiro ao vencer por 3 a 2, num dos jogos mais emocionantes da Arena. No confronto contra equipes estrangeiras, el Paranaense dá um baile nos gringos, com nove vitórias, um empate e duas derrotas.

ARTILHEIROS

Na história vitoriosa do Furacão na Arena, o lendário Kléber continua sendo, disparado, o maior artilheiro com 67 gols marcados enquanto defendeu o Atlético. Sua incrível marca deve permanecer intacta por um bom período de tempo, se é que algum jogador ficará tempo suficiente no Rubro-negro para bater seu recorde. Para se ter uma idéia, em segundo lugar está o atacante Ilan, com modestos 29 gols, seguido pelo herói do título de 2001, Alex Mineiro, com 26. Falta muito para alguém sonhar em roubar o trono do maranhense.

Com a atual política do clube, os grandes destaques do Atlético acabam sendo transferidos para o exterior antes de chegarem perto da marca de Kléber. O exemplo mais recente é do artilheiro Washington. O jogador é o maior goleador de todos os tempos do Campeonato Brasileiro e mesmo assim sequer está perto de atingir a marca do primeiro colocado na Arena. Vale lembrar que todos os gols computados são em jogos defendendo a camisa rubro-negra.

Agora, os torcedores esperam pela conclusão do estádio responsável por muitos momentos emocionantes na vida de cada atleticano. De acordo com o presidente Mário Celso Petraglia, esse sonho será realizado em 2008, quando muitos novos jogos e títulos do Atlético estarão na memória da torcida e a contagem dos dias por uma nova final da Copa Libertadores da América estará só começando.