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Opinião | segunda-feira, 22 de agosto de 2005, 10h40

Análise de Atlético 4 x 2 São Paulo, por Marcel Costa

O fator Arena
por Marcel Costa

O clássico de sábado contra o São Paulo mostrou que estava certo o tricolor paulista ao exigir que o regulamento da Libertadores fosse cumprido. Aceitar que o primeiro jogo decisivo do torneio intercontinental fosse realizado na casa atleticana poderia frustrar o sonho do tri são-paulino. Em um jogo espetacular, pela sexta vez em sete jogos, o Atlético superou o adversário na Kyocera Arena. A vitória atleticana era necessária para o rubro-negro comprovar que dentro de casa o resultado poderia ser outro. Como não devemos chorar o leite derramado e nem mudar o regulamento ou a história de um torneio que já acabou, pelo menos podemos comemorar uma belíssima vitória sobre um dos nossos mais novos rivais.

O jogo de sábado foi muito nervoso. O clima de revanche e de guerra criado, principalmente pelo lado tricolor, inflamou os atletas e comissões técnicas. Logo no início, duas cotoveladas sem sentido, de Amoroso em Douglas e de Alex em Ferreira. Em seguida, o violento Alex voltou a ser alvo de polêmica ao entrar de maneira imprudente e violenta em Fabrício, resultando no afastamento, por no mínimo dois meses, do atleticano. O bate boca seguiu após a expulsão, com provocações de ambos os lados.

Dentro de campo um jogo equilibrado. Ferreira teve a chance de abrir o marcador, mas preferiu passar para Finazzi e assim desperdiçamos a primeira grande chance do jogo. Em seguida, em lance esquisito, a bola sobrou para Christian marcar, após a bola rebater em Finazzi e cair nos pés do são-paulino. O Atlético continuou dominando o jogo, fazendo valer o fator campo. Em jogada ensaiada, Jancarlos cobrou falta com precisão e Alan Bahia apenas desviou de Rogério Ceni. O empate era suficiente para o Atlético voltar com tudo no segundo tempo.

No intervalo, Antonio Lopes sacou o craque Evandro, com dores estomacais, para promover a entrada de Ricardinho. Mas quem voltou com tudo foi Ferreira, que converteu o pênalti sofrido por Alan Bahia e em seguida marcou o terceiro, após belo passe de Jancarlos, um dos melhores em campo.

O São Paulo estava perdido e graças as excelentes atuações dos volantes Douglas e Alan Bahia e da dupla de zaga, os tricolores sequer ameaçavam o gol de Diego. Aliás, parte dessa boa atuação é de responsabilidade da nova forma do sistema defensivo marcar. Lopes desistiu da marcação individual que sobrecarregava os meias e o Alan Bahia, apostando em uma eficiente marcação por zona.

No fim, a coroação de Jancarlos. Um gol genial, com direito a caneta em cima do frágil Edcarlos. O árbitro, que teve boa atuação, ainda marcou um pênalti para os tricolores que descontaram através de Amoroso. Curiosamente o goleiro Rogério Ceni não se arriscou a cobrar o pênalti, mostrando respeito pelo goleiro Diego.

Nesse mesmo Brasileiro em que o Atlético ainda cumpre papel de coadjuvante, mais uma vitória para ser eternizada na memória dos torcedores. Além da de sábado, podemos incluir nesse grupo de partidas históricas as vitórias contra o Vasco, Cruzeiro e até mesmo contra os verdes, no clássico do lanterna, com time misto.

Marcel Costa é colunista da Furacao.com
O texto acima não representa necessariamente a opinião dos integrantes da Furacao.com e seu autor se responsabiliza integralmente pelo conteúdo.

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