Torcida está indignada com o time, último colocado [foto: O LIBERAL/Ary Souza]
Menos de 24 horas após a derrota para o Vasco por 2 a 0 em pleno Mangueirão, a quinta consecutiva sofrida pelo Paysandu dentro de casa, o “caldeirão” bicolor voltou a entrar em ebulição. Insatisfeitos com os seguidos resultados negativos, com a lanterna no Campeonato Brasileiro e, sobretudo, com o risco cada vez maior de rebaixamento para a Série B de 2006, aproximadamente 100 torcedores alvi-azuis protestaram ontem à tarde no portão de entrada do Estádio da Curuzu.
Durante o protesto, os torcedores hostilizaram jogadores e, principalmente, o presidente bicolor, Arthur Tourinho, apontado como o principal responsável pela desastrosa campanha do time no Brasileirão. Os protestos foram liderados por integrantes da facção “Terror Fiel Bicolor”.
Um caixão, simbolizando a queda antecipada do time à Série B, foi levado ao portão da Curuzu. Num determinado momento, os torcedores acenderam velas sobre o caixão, simbolizando o enterro do Papão. No início da tarde, circulou a informação que os torcedores levariam milho e galinhas para jogar no gramado da Curuzu durante o treino comandado pelo técnico Gilson Kleina. Também por isso foram impedidos de entrar no estádio.
Acompanhados de uma charanca e agitando bandeiras da “Terror Fiel Bicolor”, os torcedore gritavam palavras de ordem contra Tourinho e os jogadores. “Tourinho, vai se f.., o Paysandu não precisa de você”, “Timinho, timinho, timinho”.
Desde cedo uma viatura da Polícia Militar era vista na parte interna do estádio. Quando os protestos foram intensificados, outra guarnição foi acionada, esta sob comando do primeiro-tenente Fábio Lobo. O oficial tentou acalmar os torcedores. Por duas vezes ele conversou com os manifestantes, mas não conseguiu convencê-los a deixar o local. “Eles (
torcedores) estão realmente revoltados e não querem sair”, disse Lobo ao diretor do Estádio da Curuzu, Walmir Neto, genro de Tourinho.
Após o treino, alguns jogadores - entre eles Alemão, Balão, Róbson - tiveram difuldade para deixar o estádio. Eles foram orientados pelos policiais a só sair da Curuzu depois que os torcedores tivessem encerrado os protestos. Zé Augusto, Ronaldo e Vanderson deixaram saíram antes do início dos protestos. Os jogadores que não têm transporte próprio ou que deixaram seus carros em casa tiveram de sair do local por um portão que dá para a avenida almirante Barroso. Temendo uma nova onda de protestos, os jogadores podem treinar fora da Curuzu nesta sexta-feira pela manhã.
O Paysandu enfrenta o Atlético neste sábado à tarde no Estádio do Mangueirão. A expectativa é de que a torcida também faça protestos durante o jogo.
Reportagem: O Liberal (adaptada)
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