Kyocera e Atlético: parceria rentável aos cofres atleticanos
O jornal Valor Econômico publica nesta quarta-feira uma reportagem divulgando o ranking financeiro dos maiores clubes brasileiros. A matéria, assinada pelo jornalista Nelson Niero, mostra que quatro clubes paulistas estão no topo em termos de receita total: Corinthians (beneficiado pelos investimentos feitos pela MSI), São Paulo, Palmeiras e Santos. Segundo o levantamento, feito pela Casual Auditores a pedido do jornal, o Atlético aparece na 13ª posição, com receita total de R$ 25 milhões em 2004. Sem o aporte de recursos da MSI, destaca a reportagem, o Corinthians cairia para a sétima posição.
A lista da Casual foi feita com base nos balanços dos clubes mais representativos do paÃs, com receitas acima de R$ 10 milhões. A reportagem constata que o paÃs do futebol ainda continua muito distante da realidade européia. O faturamento somado dos principais clubes brasileiros é menos, por exemplo, do que a receita gerada pelo Real Madrid na temporada 2003/04: 236 milhões de euros, o equivalente a R$ 859 milhões. A receita somada dos 19 principais clubes brasileiros foi de R$ 825 milhões.
Ainda segundo o estudo da Casual, dos 19 times pesquisados só 7 tiveram resultado (receitas menos despesas) positivo. Os 12 restantes – o Atlético entre eles – ficou no vermelho. O déficit do Atlético no ano, porém, foi pequeno: R$ 18 mil.
"Balanço padrão"
O Valor informa ainda que o Clube dos 13 preparou um estudo sobre regras contábeis para tentar padronizar os balanços dos clubes. A iniciativa veio depois da publicação de uma resolução do Conselho Federal de Contabilidade em novembro do ano passado, que versa sobre entidades desportivas profissionais. Até então, não havia regras especÃficas sobre o segmento.
A regra, que vale para todos os balanços que saem a partir do ano que vem, estabeleceu, por exemplo, que o jogador é um ativo imobilizado – até agora ele aparece nos ativos de curto prazo, longo prazo ou intangÃvel, dependendo do gosto do freguês.
Maquiagem
Se forem mesmo aplicadas, destaca o jornal, as normas devem provocar estragos nos balanços de alguns clubes. Ainda que não houvesse regra especÃfica, "muitos clubes já desrespeitam os chamados princÃpios fundamentais da contabilidade".
E cita exemplos. "No balanço de 2004 o Coritiba avaliou sua marca em R$ 51 milhões e colocou o valor no ativo, o que não é permitido. O Santos contabilizou a multa que receberia se todos os seus jogadores fossem vendidos, o que inflou seu patrimônio", destaca a reportagem.
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