Torcida põe o Delegado na parede
por Ana Luzia Mikos, da Gazeta do Povo
Questões sobre escalação refletem a preocupação dos rubro-negros com a postura do time na decisão
Tática, escalação, superstição, expectativa. As dúvidas mais comuns sobre a histórica decisão da Libertadores entre Atlético e São Paulo, esta noite, no Morumbi, foram traduzidas ao técnico Antônio Lopes por um grupo de torcedores famosos convidado pela Gazeta do Povo. Acompanhe as respostas do treinador rubro-negro.
Waldemar Niclevicz, alpinista – O AloÃsio se tornou uma peça fundamental da equipe. Gostaria de saber qual a atual condição fÃsica dele e se estará bem para começar o jogo, ou entra apenas no segundo tempo?
– Ele está muito bem fisicamente, conseguiu se recuperar, não tem mais nenhum problema (uma contratura na coxa direita quase o tirou da partida do Beira-Rio) e vai jogar normalmente. É um jogador muito importante mesmo.
Mauro Singer, empresário – Até agora o Atlético não precisou ganhar jogo nenhum. Sempre fez o primeiro resultado e depois soube administrar. Também não vai precisar ganhar lá, pode decidir nos pênaltis. Mas vamos supor que tome o primeiro gol. Você acha que está preparado para sair? Se precisar, vai mexer na equipe ou fica com esse time para reverter o resultado?
– O time sempre está preparado, nunca foi despreparado para jogar no campo adversário. Não vamos administrar resultado nenhum, vamos jogar para ganhar o jogo. A equipe não vai se defender o tempo todo. Se estivermos perdendo, vamos buscar alguma coisa para tentar reverter.
Juliano Rodrigues – Você sabe a importância desse tÃtulo para a nossa torcida?
– Tem uma dimensão muito grande para os torcedores, como tem para nós profissionais. Você conquistar um tÃtulo desse valoriza muito o seu currÃculo, fica sendo visto como um treinador de ponta e os jogadores também. Tem reflexo também na parte econômica, o que vai se ganhar agora (o prêmio do campeão é de US$ 1,4 milhão) e futuramente. Para o torcedor rubro-negro será um grande orgulho, porque é apaixonado, vai gostar de ver o seu time ganhar uma competição como essa, um tÃtulo inédito que poucos clubes brasileiros têm. Também é importante para o trabalho comercial do clube, para internacionalização da marca. Todos vão ganhar.
Jackson Nascimento, ex-jogador – O Atlético tem chance real de vitória? Quais as razões dessa confiança?
– O Atlético tem chances reais, pode ganhar lá tranqüilamente e entendo isso pelas exibições que fez principalmente contra o Santos, contra o Chivas e mesmo no primeiro jogo contra o São Paulo.
Peterson Rosa, campeão mundial de surf – Com toda a experiência que você possui no futebol, acha que o Atlético está preparado para conquistar a Libertadores e ir para uma decisão do tÃtulo mundial, já que é uma conquista que vai repercutir no mundo todo?
– O Atlético tem uma das melhores estruturas do mundo. No Brasil não tem clube igual. As condições de trabalho que são oferecidas para o treinador são ótimas. O clube tem estrutura para manter um time de ponta, com grandes jogadores, bons técnicos. O Atlético possui melhores condições que Santos, São Paulo, Cruzeiro e está preparado para essa nova dimensão que pode conquistar.
Washington, artilheiro do Brasileirão em 2004 – Quando você assumiu o Atlético, esperava uma grande campanha como essa? Por quê?
– A situação não era tão favorável. A equipe estava no Brasileiro e na Libertadores, jogando quarta-feira e domingo, quase sem tempo para trabalhar. As comissões técnicas anteriores não podiam treinar direito e o time se descondicionou muito. A nossa sorte foi que tivemos 10, 12 dias para trabalhar com a paralisação do Campeonato Brasileiro (de 29 de maio a 12 de junho, para jogos da seleção pelas Eliminatórias) e acho que isso foi fundamental. Conseguimos recuperar fisicamente o time, também trabalhamos muito a parte tática e foi o grande diferencial. Isso fez com que a equipe subisse muito de produção e começasse a alcançar esses resultados positivos.
Emanuel Rêgo, campeão olÃmpico de vôlei de praia – Você sempre foi um treinador muito supersticioso. Algum ritual vem te acompanhando nessa Libertadores? Alguma promessa especial para essa final?
– Não tem nada diferente. A gente se apega ao nosso Deus. Eu acho que o ser humano que não tem a sua crença é um infeliz na vida. Sou católico fervoroso, acredito em Jesus Cristo e estou sempre pedindo a ele pelo sucesso do clube que eu dirijo. Fiz até uma promessa, mas não vou contar qual.
Beto Richa, prefeito de Curitiba – Onde vai ser a comemoração no caso de vitória?
– Não estamos pensando nisso. Antecipadamente não se ganha jogo nenhum. É isso que passo para os jogadores. No São Paulo já tem festa preparada e isso só serve para cutucar os nossos jogadores. Qualquer um fica ofendido em ser subestimado.
Paulino Viapiana, presidente da Fundação Cultural de Curitiba – Que tal preparar uma armadilha para o São Paulo, com Fernandinho na lateral, Evandro na meia-direita, ou seja, uma grande força ofensiva pelo lado direito para explorar as subidas constantes de Júnior?
– É uma boa. Boa mesmo. O Fernandinho é um jogador que gosto muito jogando de ala. Se a gente fosse jogar com três zagueiros, seria uma opção interessante. Mas vamos ver no decorrer do jogo o que a gente vai fazer.
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