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Libertadores | quinta-feira, 14 de julho de 2005, 10h46

Decisão deve ter catimba e marcação forte

Fonte: Folha de S. Paulo

A final é brasileira, mas só um desavisado pode esperar um jogo bonito de futebol pentacampeão do mundo. A tendência é que a decisão desta quinta-feira se aproxime do típico modelo da Libertadores: futebol catimbado, marcação forte e violência nas disputas.

Time considerado menos técnico que o São Paulo até por sua torcida, o Atlético-PR não aceita ser a única equipe com a pecha de futebol feio. E, se depender do São Paulo, não vai mesmo.

O clube do Morumbi promete ressuscitar o futebol "cascudo" da época de Emerson Leão, que apregoa a forte marcação.

A idéia de priorizar o jogo duro foi do técnico Paulo Autuori. Na análise dele, se os são-paulinos conseguirem se equiparar aos rivais na força, irão levar vantagem, já que considera ter jogadores mais técnicos. Durante a semana, o São Paulo ensaiou um modelo tático para pressionar o rival, com marcação desde a saída de bola. O trabalho foi feito em uma quadra de grama. "O trabalho foi muito intenso. A gente perdia a bola e já tinha que voltar para marcar. Eu, que sou atacante, fiquei muito cansado", disse Amoroso.
A preocupação são-paulina com a marcação é vista com desdém pelos atleticanos. Segundo eles, o São Paulo é um time que, além de marcar forte, é violento.

"Por que ninguém fala do São Paulo? O São Paulo dá porrada para c... O Fabão dá porrada. O Mineiro e o Danilo bateram muito. O Lugano só vai dando cotovelada, acertou o Durval e o Danilo e devia ter sido expulso. Meus zagueiros tiveram que usar gelo nas lesões. É um time que marca muito forte", declarou Antônio Lopes à reportagem.

Ao chegar à capital paulista ontem, o técnico exaltou o rival -"É o melhor da América do Sul" - e, ao mesmo tempo, continuou a alfinetar: "Mas, com humildade, vamos tentar".

A "virilidade" são-paulina fez vítima um dos marcadores mais obstinados do Atlético-PR. O volante Cocito exibe um hematoma no braço direito. "Eu caí e levei um chute, mas não vi quem foi."

Cocito nega a fama de jogador violento. "Todo mundo sempre fala do carrinho que dei no Kaká. Ninguém fala do toque de letra que eu dei no último jogo, no jogo contra o Santos. É assim mesmo."

Autuori, apesar de prometer uma marcação dura, refuta a idéia de que seu time é violento. "Uma coisa é marcar, outra é cometer faltas", disse o treinador, que ignora as acusações de jogo violento feitas pelo adversário.

"Cada um acredita no que quiser. Eu acredito que futebol se ganha em campo, bem jogado. Precisamos parar de inventar historinhas", ironizou Autuori.

Apesar do discurso paranaense, o que se viu na primeira partida foi um Atlético-PR bem mais faltoso. Foram 64 infrações, 38 do time paranaense e 26 da equipe paulista. Os dois times, aliás, estão entre os seis mais faltosos do Nacional. São também os recordistas, em termos absolutos, de cartões amarelos na Libertadores.

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