Alan Bahia: exagero na expulsão
[foto: REUTERS/Cesar Ferrari]
Na pia batismal e no Cartório de Registro Civil, seu nome é Wilson de Souza Mendonça. No jogo desta quarta-feira à noite, ele foi Wilson de Souza "Santos". Com uma atuação extremamente controvertida, o experiente árbitro pernambucano prejudicou o Atlético. Com equívocos na marcação de impedimentos (auxiliado pelos assistentes Aristeu Tavares e Erick Bartholomeu Antas e Silva) e uma controvertida atuação na parte disciplinar, deixou a equipe atleticana nervosa e irritou a torcida, que em diversas ocasiões manifestou seu descontentamento através de gritos de "vergonha".
A diretoria do Atlético também reprovou a conduta de Mendonça, que integra o quadro da FIFA. "Foi profundamente lamentável. Nós tivemos uma arbitragem brasileira que não fez jus aos nossos árbitros. Ele errou em lances capitais na partida e operou o Atlético", afirmou o presidente João Augusto Fleury da Rocha.
A questão mais polêmica da arbitragem foi relativa ao aspecto disciplinar. Contido nas advertências com cartão amarelo, Wilson de Souza Mendonça não adotou o mesmo critério especificamente em relação a um jogador, o volante atleticano Alan Bahia. Tratando o atleta com desigualdade, Mendonça exibiu o cartão amarelo a Alan Bahia em um lance no meio-campo em que o jogador cometeu uma falta absolutamente comum, igual a dezenas de outras ocorridas no jogo e que não geraram sequer a advertência verbal dos infratores.
Depois desse cartão amarelo (além desse, o árbitro só mostrou mais três cartões amarelos por jogo violento durante toda a disputadíssima partida), não demorou nem dez minutos para que Alan Bahia fosse expulso. Cometeu uma falta no atacante Robinho e recebeu o cartão vermelho logo aos 26 minutos do primeiro tempo, curiosamente um minuto após o gol de empate atleticano.
Histórico negativo
O método de expulsão de jogadores importantes não é novidade na carreira de Wilson de Souza Mendonça. No Brasileirão 2001, ele apitou o jogo entre Atlético e Guarani na Arena da Baixada, pela penúltima rodada da primeira fase, que terminou empatado por 2 a 2. Naquela partida, ele expulsou os atacantes Kléber e Alex Mineiro e prejudicou o Furacão na reta final do Brasileirão. Mendonça foi imediatamente afastado pela Comissão de Arbitragem da CBF. Mesmo assim, Kléber foi punido e não enfrentou o São Caetano no primeiro jogo da final.
Depois daquele jogo contra o Guarani, o dirigente Mario Celso Petraglia aplaudiu ironicamente a arbitragem do pernambucano e declarou: "Ainda bem que essa corja que comanda o futebol brasileiro há anos está prestes a sair". Porém, a previsão de Petraglia não se confirmou nos anos seguintes.
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