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Opinião | quarta-feira, 11 de maio de 2005, 09h57

Análise de Atlético 0 x 4 Independiente, por Marcel Costa

Análise de Atlético 0x4 Independiente
por Marcel Costa

O Atlético tinha tudo para conquistar a vitória, avançar entre os 4 melhores times da Libertadores da América e reconquistar a confiança do seu torcedor. O clima em Curitiba estava bom, a torcida compareceu e o time, até o momento, tinha encarado as partidas do torneio sul-americano com espírito de Libertadores, jogando sempre na raça, vontade e superação. Assim, venceu Libertad e América de Cali no Joaquim Américo e superou os desafios na estréia em Medellín e na fundamental vitória em Assunção.

Ontem, o Atlético começou bem. As jogadas pela ala esquerda funcionavam e Marin fazia bons cruzamentos da linha de fundo. O Independiente deixou claro que só teria uma proposta de jogo: aguardar em seu campo de defesa e partir no contra-ataque aproveitando um erro atleticano. Não sabiam os colombianos que o Atlético erraria com tanta freqüência, proporcionando aos visitantes condições magníficas de vencer e conseqüentemente garantir a vaga para as oitavas de final.

No segundo tempo, o Atlético voltou apático e displicente, errando em demasia. O Independiente avançou e começou a marcar mais à frente, pois restavam apenas 45 minutos e esta era a sua última chance. Em uma saída de jogo equivocada de Fabrício, o adversário roubou a bola e em rápida tabela, o atacante Valoyes recebeu livre na área, precisando apenas tirar a bola do alcance de Diego. Era aquilo que tanto desejavam os visitantes. A torcida voltou a se manifestar, como no início do jogo, mas desta vez vaiando os jogadores e aplaudindo o rival. Uma cena lamentável, como a própria goleada, pois quem agiu desta forma esqueceu que o Atlético precisava do empate para garantir a classificação sem dependência do resultado na Colômbia. O time não se acertou mais em campo e assustou o adversário apenas uma vez, em um belo chute de Ticão que por capricho bateu na trave do goleiro Gonzáles.

A derrota tornara-se irreversível, pois o Independiente tinha todas condições favoráveis para ampliar o marcador. A defesa estava exposta e o árbitro argentino não teve nenhuma pena do Atlético, abusando nos erros em favor dos colombianos. Erros que não mudariam a história do jogo, mas ajudaram o DIM a golear. No segundo gol, impedimento clamoroso não marcado. No quarto, incríveis foram os erros de Danilo e do árbitro que assinalou um pênalti simulado pelo atacante adversário.

A nação atleticana saiu desolada do Joaquim Américo. A eliminação parecia óbvia, mas um milagre veio de Cali. O lanterna e eliminado Libertad venceu o América e garantiu a vaga ao Atlético. Ninguém sabe o que aconteceu na Colômbia, mas o Furacão deve agradecer o presente que recebeu e tentar não machucar mais sua apaixonada (e agora exigente) torcida como nesta fatídica noite de 10 de maio de 2005.

Marcel Costa é colunista da Furacao.com.

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