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Nenhum | segunda-feira, 04 de abril de 2005, 20h36

Opinião de Juliano Ribas

O choro dos verdes
por Juliano Ribas

Wilson sobe e de cabeça manda a esfera para o barbante, confirmando o título atleticano, no último Atletiba de decisão de Campeonato Paranaense ocorrido no estádio Pinheirão, em 1998. De lá para cá, muita coisa mudou. O Atlético dos Paranaenses tornou-se um gigante. Inaugurou o mais moderno estádio do Brasil, foi a três Libertadores, foi campeão e vice no Brasileiro, conquistou um tricampeonato estadual e foi o primeiro time do Paraná a ter um jogador oriundo de suas fileiras representando o escrete canarinho em uma Copa do Mundo e ainda sendo fundamental para a conquista do mundial. E agora fecha um patrocínio invejado por muitas equipes do país.

O Coritiba "Foot Ball Club" em nada evoluiu. Para dizer bem a verdade, apequenou-se. Continua sobrevivendo de miúdas e espaçadas glórias regionais, as quais seu séquito minguante comemora em êxtase. Seu estádio está penhorado e um banho de aparência encobre sua deterioração. Seus comandantes são figuras folclóricas, que, por pura incompetência administrativa, recorrem a expedientes pouco ortodoxos para buscar o sucesso, inventando agora uma conspiração que teria como beneficiário o Atlético. O dublê de delegado e treinador Antônio Lopes, porta-voz do choro verde, chega a dizer com todas as letras: o título é do Atlético. Concordo contigo, delegado.

O Atlético chega à decisão, que retorna ao Pinheirão, pronto para ganhar o título. E poderá ficar com a taça pelo mérito da competência, nada mais. É um time que cresceu no momemento decisivo. Nosso elenco mais qualificado vem mostrando corpulência. Arrasou os adversários na reta final, quando ganhou a vantagem de decidir em casa por pura incompetência verde. Incompetência que é reconhecida dentro do próprio Coritiba, que passou a usar o extra campo e os microfones sempre abertos da imprensa que sempre esteve ao seu lado para, desesperadamente, conseguir ser campeão. Até lançam bravatas ao vento, dizendo que é melhor jogar a segunda partida no "salão de festas". Me engana que eu gosto.

Bastava aos verdes uma vitoriazinha, magra que fosse, contra o Iraty no Pinheirão. Veio um suado empate. E, por ironia do destino, o crasso erro de arbitragem no gol de William contra o "Império do Futebol" nos fez ficar com a vantagem de decidir em casa. Aquele "um" ponto aparece agora. E eu não posso deixar de achar tudo muito engraçado. Afinal, o Coritiba, que sempre prestigiou a arbitragem local, sempre esteve ao lado da Federação, que conseguia colocar qualquer vendedor de dolé para apitar seus jogos nos anos setenta e levantar taças, hoje, pelos caminhos tortos do destino, prova, mesmo que sem nenhuma influência atleticana, do seu próprio veneno.

A ruindade da arbitragem local é reconhecida. Poucos ou quase nenhum apitador paranaense teve algum destaque nacional. O tal Heber Roberto Lopes, por exemplo, surgiu como um expoente, tosou o cabelo para imitar o italiano Collina, mas nunca conseguiu convencer ninguém que era árbitro. A verdade é que o futebol que é promovido pela Federação Paranaense será sempre defeituoso, tanto nas arbitragens, quanto nas fórmulas de campeonatos. Aquilo lá é um antro de conchavo e politicagem. O time com nome de cancha de futebol society, o "Império do Futebol", que é uma aberração pertencente a um sujeito com folha criminal, só teria mesmo lugar no futebol do Rolim de Moura. É só beijar sua mão que entra na disputa.

Enquanto isso o Clube Atlético Paranaense segue seu caminho de engrandecimento, cujo o topo é o limite. Enquanto o time verde faz uma viagem ao passado, usando o antigo expediente da baderna para conturbar as finais, o Atlético trabalha para chegar firme na decisão e pegar o que é seu. Vencer o Coritiba é sempre bom, pelo passado, pela tradição do único clássico do Paraná. Mas a cada Atletiba, percebemos que a distância, em termos de agremiação futebolística, só faz aumentar. Logo, vencer Atletibas será o único júbilo a ser festejado pela torcida coritibana, enquanto o Atlético rivalizará apenas com as maiores potências do futebol brasileiro e mundial.

Mas vamos para o jogo, porque o Atlético, time grande que é, não tem desculpas para perder esse título. Para nós é obrigação vencer, como em todos os torneios que disputamos atualmente. Deixemos as desculpas para o Coritiba "Foot Ball Club". Se nós formos campeões, eles terão várias, é pênalti que não foi marcado, é jogador expluso injustamente, é o gol do William que não foi, é complô a favor do Atlético, e um rol de atenuantes para um possível fracasso que está na carta do Gionédis que paira na mesa do Moura. A triste realidade do Coritiba é a auto-indulgência, o perdão com sua própria incompetência, que é varrida para debaixo do tapete ano após ano. Eles ainda conseguem rivalizar, pelo menos em nível estadual, com o Atlético. Mas até quando?

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