Bastante abatido com a derrota para o Vasco, o técnico Levir Culpi tentou explicar o desempenho do Atlético em São Januário. Segundo o treinador, a partida foi encarada pelos vascaínos como uma “final de Copa do Mundo”. “Pegamos uma equipe que jogou a vida numa partida. O jogo foi muito difícil e realmente foi uma decepção porque, se vencêssemos, decidiríamos o próximo jogo em casa, numa situação favorável. Mas a possibilidade ainda existe e nós vamos lutar por ela”, disse Levir.
Para o técnico, resta ao Atlético agora trabalhar o psicológico, para vencer o Botafogo, domingo, na Baixada. “Nós temos é que fazer o que fizemos até agora, trabalhar com honestidade e decência. Chegamos até agora no campeonato com profissionalismo e é uma bela campanha. Vamos tentar fechar e fazer um bom jogo em casa, vencendo”, afirmou.
Confira a íntegra da coletiva do comandante atleticano:
Competência
“Matematicamente ainda temos chances. Mais uma vez o campeonato vai ser resolvido na última rodada. Claro que a oportunidade de vencer a partida nos daria uma condição ótima para decidir em casa. O jogo na minha opinião teve um primeiro tempo muito morno e as equipes tiveram poucas oportunidades defensivas. Já no segundo tempo, nosso time voltou melhor e criamos melhores situações para marcar. Mas quem foi competente na última bola foi o Vasco. Então não dá para lamentar. Nós tínhamos que aproveitar as oportunidades, mas não tivemos a competência necessária para finalizar. Vamos aguardar o próximo jogo e tentar reverter matematicamente essa situação”.
Alterações
“Nós tivemos uma contundência principalmente no primeiro tempo. Já com o Pingo a situação melhorou muito e com o David também. Ganhamos a linha de fundo e criamos mais situações para marcar. Deu para corrigir. Nós criamos situações com o Pingo e com o David pela lateral, mas não concluímos, então você vai pagar. De modo geral a partida foi isso, a mobilização por parte do Vasco não precisa nem comentar, vocês estão aqui e viram o que aconteceu. Esse foi o maior problema do Atlético, nesses últimos jogos, pois o último suspiro desses times têm sido sempre contra o Atlético. Eles mobilizam até a Aeronáutica e a Marinha, quem puder. Infelizmente isso tem pesado muito para o Atlético no final. Mas ainda temos uma última oportunidade e vamos lutar por ela”.
Motivação
“Os jogadores estão como eu. A gente se decepciona com o resultado, poderíamos ter feito alguma coisa mais, mas nós não saímos. Não foi o nosso dia. Diga-se de passagem que, do outro lado, tinha uma equipe que fez o que tinha que fazer. Se você considerar a produtividade, o empenho, a luta, aquela coisa do último desafio, numa situação favorável dentro de casa, então seria um resultado normal. Não é normal porque o Vasco até hoje nunca tinha feito isso. Você pode imaginar o Vasco mobilizando a sua equipe para jogar contra o Santos dessa maneira? Não vai acontecer mais. A situação é essa. Nós é que tivemos essa infelicidade, de pegar uma equipe que jogou a vida numa partida. O jogo foi muito difícil e realmente foi uma decepção porque, se vencêssemos, decidiríamos o próximo jogo em casa, numa situação favorável. Mas a possibilidade ainda existe e nós vamos lutar por ela”.
Contrastes
“As equipes estão jogando contra o Atlético como se fosse o último suspiro. Pode ver o São Caetano, jogando no domingo, tiveram o problema do julgamento na segunda-feira e eles já entraram nesta partida pensando em outra situação, já estão com menos 24 pontos. Eu me lembro das mobilizações feitas contra o Atlético por parte do Palmeiras, Juventude e Goiás, sempre a última oportunidade para brigar por alguma coisa que mobilizava o adversário. E agora pra completar tem o Botafogo, que parece que perdeu. Então veja como eles vão entrar na partida e como o Vasco vai entrar contra o Santos. É uma situação completamente diferente sob o ponto de vista psicológico. Claro que a gente vai ficar na torcida. Se eles (Vasco) jogarem com a mobilização que jogaram aqui, a possibilidade de somarem pontos é boa. Agora, não adianta pensar no adversário. Temos que pensar no nosso trabalho”.
Esquema tático
“A alteração em colocar o Marcão como lateral e o Ivan como meia-cancha no primeiro tempo foi em razão do Vasco estar com apenas um atacante. Então não havia a necessidade de jogar com três zagueiros. Nós jogamos no 4-4-2, com dois meias, o Ivan e o Fernandinho, e o Denis com o Washington, tornando a equipe mais ofensiva teoricamente. Os jogadores tiveram durante a semana um desempenho muito bom e a idéia tática foi essa. Voltamos com três zagueiros no segundo tempo e ainda assim tivemos as melhores oportunidades, até o gol do Vasco”.
Erros
“Teve uma situação que se repetiu hoje e que nós passamos nos últimos jogos, que foi a bola parada. É uma coisa estranha porque foi nos últimos jogos nós tivemos esse problema e hoje foi de novo, a bola parada. O outro erro foi a perda da produtividade ofensiva, que normalmente é grande, porque nós tivemos muitas oportunidades. Normalmente nós fazemos muitos gols, mas hoje passamos em branco”.
Extra-campo
“Aqui quem está fazendo o jogo é aquela história: agora os elogios vão todos para o Vasco e as críticas todas para o Atlético. Mas quem viu a armação extra-campo pode entender porque aconteceu a reação do time dessa maneira. Não tenho nada que me queixar. Foi o último suspiro deles. O jogo foi de Copa do Mundo. Então por isso não dá para lamentar muito. O que aconteceu extra-campo eu quero comentar. Mas fica melhor vocês comentarem porque presenciaram tudo”.
Último jogo
“Nós temos é que fazer o que fizemos até agora, trabalhar com honestidade e decência. Chegamos até agora no campeonato com profissionalismo e é uma bela campanha. Vamos tentar fechar e fazer um bom jogo em casa, vencendo. A parte extra-campo eu não quero nem saber o que vai acontecer.”
Colaboração: Patrícia Bahr
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