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por Ricardo Campelo
Cheguei em casa ontem e sintonizei o Sportv, que transmitia o final do programa "Bem, Amigos", apresentado por Galvão Bueno, e que contava com a presença do ex-jogador atleticano BarcÃmio Sicupira. Sicupira estava ali como uma pessoa que conhece de perto o Atlético, para, assim, passar informações aos demais participantes do programa e ao telespectador do Brasil inteiro.
Na hora da despedida, Galvão perguntou ao ex-jogador: "E aÃ, o Atlético vai ser campeão?", ao que BarcÃmio respondeu: "O Atlético 'tá vivo'".
Essa expressão me deixou incomodado. Acredito que houve uma falha de expressão do craque atleticano, que não quis dizer isso. O fato é que "está vivo" não representa o momento do Atlético no campeonato. Quem "está vivo" é o Santos, o São Paulo, o São Caetano... o Flamengo "está vivo" na briga para permanecer na primeira divisão. Para o Atlético, essa expressão não faz sentido.
O Atlético é o lÃder do campeonato, com dois pontos de vantagem. Está bem mais do que "vivo". Está muito perto do tÃtulo, e é o único time que depende apenas de seus próprios resultados para alcançá-lo. Temos a vantagem de jogar em casa a partida teoricamente mais difÃcil, contra o São Caetano, assim como o jogo final, contra o Botafogo. Tudo está a favor do Atlético.
Tenho medo que esse clima de "está vivo" contagie jogadores e comissão técnica. O tropeço em Erechim foi algo realmente lamentável, mas não é hora de se abalar. O pensamento não deve ser "deixamos de abrir vantagem maior", mas sim "mesmo com o empate, ainda estamos na frente"!.
Que o revés em Erechim (definido muito bem pelo comentarista Paulo César Vasconcellos como uma "proeza") sirva de lição. O time visivelmente achou que o jogo estava ganho, e relaxou. Ademais, a zaga está mostrando falhas preocupantes. No primeiro gol do Grêmio, houve falha geral de posicionamento. No segundo, Rogério bobeou feio, embora tive a impressão também de que Diego poderia ter saÃdo da meta. No terceiro e decisivo gol adversário, o atacante gremista conseguiu fazer o mais difÃcil, que seria sair do chão de lado para a bola, saltar, e cabecear em direção à meta atleticana. Enquanto o inepto zagueiro Igor não conseguiu fazer o mais fácil: simplesmente encostar na bola, ou tão somente impedir que o adversário encostasse. Além disso, faltou combate do meio-campo atleticano sobre o jogador que fez o cruzamento.
Tudo isso tem que ser trabalhado nessas três últimas rodadas, para que as falhas não ocorram mais. Mas o clube também tem que ter consciência de que ofensivamente está no caminho certo, e que se repetir o aproveitamento que teve até agora, o tÃtulo não irá escapar.
Acreditemos todos neste tÃtulo. Temos motivos de sobra para isso.
Ricardo Campelo é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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