Washington: "Coração Valente" e pés de ouro
Washington marcou dois golos na vitória do Atlético Paranaense sobre o Ponte Preta e estabeleceu nova marca de golos para um homem só no campeonato brasileiro. Antes da época começar, porém, o moço humilde de BrasÃlia passou ano e meio em tratamento, sem saber se poderia sobreviver para ajudar a crescer a única filha, quanto mais jogar à bola...
Quando se é crente e se supera um problema sério de saúde não há como não agradecer a Deus, quanto mais quando o problema anda matando gente por aà e o agradecimento vem na hora de grandes sucessos, como o que o atacante Washington viveu neste domingo, depois de ter marcado dois dos três golos do Atlético Paranaense, lÃder do campeonato brasileiro, e ter-se torndo no máximo goleador de todos os tempos na prova, com 32 tentos. O anterior detentor do recorde, o flamenguista Dimba, com 31, ficou em branco na jornada, mas isso será o pormenor que menos interessa ao moço de BrasÃlia que só pensa em ser campeão e fazer por merecer o carinho tremendo que recebe da torcida. "Foi um dos dias mais felizes da minha vida, marcar foi muito importante, só que a missão ainda não está cumprida", disse Washington, que por essas e por outras é querido de toda a gente, inclusive dos adeptos do Ponte Preta, que ajudou a derrotar com os seus golos de domingo mas onde se revelou para o futebol profissional e ainda hoje não é esquecido.
Washington nasceu há 29 anos em BrasÃlia e ganhou a alcunha "Coração Valente" depois de ter passado uma saga de sofrimento e perseverança para superar uma deficiência cardÃaca que ameaçava derrubá-lo, como homem e como atleta, uma batalha que um seu companheiro de Belo Horizonte, Serginho (ex-São Caetano), não conseguiu vencer, por exemplo. Durante ano e meio, um dos mais veteranos do lÃder tratou da saúde e preparou-se para fazer o que mais gosta e o motivou até a uma aventura no estrangeiro: em 2002, meia época, no Fenerbaçe da Turquia, onde marcou 9 golos em 11 jogos e que abandonou com salários em atraso.
A queixa na FIFA foi resolvida a seu favor e a experiência acentuou um traço da personalidade do craque: "Posso ser campeão do Mundo que vou ser sempre humilde" diz Washington, descrito por com quem ele priva como uma pessoa " bem humorada, que sempre atende todo o mundo e que a todos respeita".
Depois de "agradecer a Deus" tudo o que por ele tem feito, Washington não se deslumbra com o sucesso e hoje, quando voltar ao trabalho, no centro de treinos de uma dos mais interessantes clubes do Brasil, vai cumprir com a sua parte da missão que se impôs: "Conquistar o tÃtulo" para as cores que foram de Bellini e Djalma Santos, dois campeões do Mundo que fizeram também miséria no Paraná.
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