Palavra do Presidente
por João Augusto Fleury da Rocha
Neste Campeonato Brasileiro de 2004, passada a turbulência da perda de mando de campo que nos obrigou a jogar fora da Arena por uma partida, é hora de reflexão e de atitudes.
Primeiro, reflexões sobre os prejuÃzos causado pela penalidade que nos foi imposta. Eles são de ordem técnica, financeira e moral. Perdemos dinheiro e não foi pouco. Também amargamos as dificuldades de manter o time em Goiânia, para jogar contra o Internacional, longe de nossa torcida. Ganhamos a partida e só Deus sabe com que esforço para superar todas as adversidades. O prejuÃzo também foi moral. Por lamentável, a interdição da Arena atingiu não só o Atlético, mas os seus torcedores, tanto os adquirentes dos pacotes quanto os freqüentadores eventuais.
A pena feriu todo o futebol brasileiro, na medida em que o nosso Estádio é, hoje, disparado, o que apresenta as melhores condições de acesso, conforto e segurança do PaÃs. Ao interditar a Arena, a pena remeteu o nosso Estádio à mesma situação de outras praças sucateadas, como o Estádio Independência, literalmente caindo aos pedaços.
Todos nós sentimos o que é ficar longe do nosso time. Daqui para frente, é necessário que todos, dirigentes e torcedores, adotemos todas as medidas para evitar novas punições.
Da parte da diretoria, o Atlético prosseguirá na adoção de todas as práticas adequadas à segurança dos torcedores, jogadores e demais participantes dos jogos realizados na Arena.
Já implantamos um sistema de vigilância por meio câmeras, com cobertura de todas as áreas de circulação de pessoas, estacionamento e do gramado. É um equipamento de última geração que permite identificar, em tempo real, qualquer alteração que ameace a perfeita segurança. Mantemos sob contrato uma equipe de pessoas especializadas na orientação aos torcedores, treinada para prevenir e reprimir condutas anti-sociais. Há um perfeito entrosamento com a PolÃcia Militar e a PolÃcia Civil, para coibir atitudes inconvenientes durante o jogo. Também o poder judiciário está participando deste programa, com o fito de punir, na forma da lei, os infratores.
Mais importante do que isso, entretanto, é a cultura pioneira que o Atlético vem implantando no futebol brasileiro, desde a inauguração da Arena, há 5 anos. Com o novo Joaquim Américo, também introduzimos a polÃtica do retorno das famÃlias ao estádio. Esta polÃtica é notável desde a planta arquitetônica da Arena. A proximidade dos torcedores, sem a fixação de um alambrado para separá-los do gramado, permite um espetáculo interativo. De sua cadeira, o torcedor assiste a partida como se dela fizesse parte. Ele ouve o som da bola sendo chutada e o jogador, no gramado, responde motivado pela manifestação da torcida.
Isto só é possÃvel na Arena. É um direito que o Atlético assegura a seus torcedores. É um privilégio que não queremos perder.
Por ocasião do episódio que nos impôs a perda de mando, justificou-se a medida drástica a partir da atitude de alguns torcedores que, localizados atrás do gol do time adversário, arremessaram objetos dentro do gramado. Embora sem qualquer poder ofensivo, já que alguns copos plásticos vazios foram lançados no campo, mas não atingiram ninguém. Foi o que bastou para que nossos invejosos adversários exigissem a nossa punição na mÃdia nacional. E a lei, draconiana, foi aplicada pelo STJD.
Não nos cabe reclamar do tribunal ou de seus membros. Eles tão somente aplicaram a lei à vista dos acontecimentos. O fato é que as normas de direito esportivo são exageradamente severas, porque o espÃrito de legislador é o de coibir a violência nos estádios a qualquer custo.
Cabe-nos, doravante, comprovar o nosso espÃrito esportivo. O torcedor atleticano fará a sua parte, incentivando os nossos jogadores, para levar-nos à vitória e à conquista de tÃtulos.
Vamos provar ao Brasil porque Curitiba é a sede da melhor torcida do paÃs. Não vamos permitir que eventuais baderneiros insuflem as pessoas de bem a transgredir as normas de comportamento do público nos estádios.
Voltemos à Arena. Com Alegria. Sem violência. Com fé. Com determinação de verdadeiro atleticano, aquele que veste a camisa por amor. Só por amor. Sem ódios nem ressentimentos.
Tudo pelo Atlético, que é o nosso ideal.
JOÃO AUGUSTO FLEURY DA ROCHA
Presidente do Conselho Gestor
CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE
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