SerginhoO conteúdo da opinião acima é de responsabilidade exclusiva de seu autor e não expressa necessariamente a opinião dos integrantes do site Furacao.com.
por Juliano Ribas
O Brasil acompanhou, estarrecido, ontem, o falecimento súbito do jogador Serginho, da A. D. São Caetano, no estádio Morumbi, enquanto exercia a sua profissão. Um fato triste, que consterna a todos nós que acompanhamos o futebol e gostamos deste esporte. O Campeonato Brasileiro de 2004 já está marcado pelo fato.
Um comentário do goleiro SÃlvio LuÃs, quase que imediatamente após o sinistro desfalecimento, não deixa dúvida. Todos, jogadores, comissão técnica, departamento médico e pessoas próximas ao atleta, já sabiam da existência do problema cardÃaco do jovem. Disse que era pequena a possibilidade, algo como 1% de chance daquilo ocorrer. Mas acho que, 1% para uma pessoa que exige ao máximo de suas condições fÃsicas, semanalmente, é muita coisa. Se não houvesse nenhum laudo detectando o problema, a fatalidade não passaria pelo terreno da negligência. Mas houve. A negligência aconteceu. O jogador deveria ser impedido de entrar em campo até a realização de exames mais detalhados e de intervenção cirúrgica para se resolver o problema. Não sou médico, mas, convenhamos, isso é o mÃnimo a se fazer. É uma vida, e com ela não se brinca.
O São Caetano não deu o suporte ao jogador. Não interveio e não o impediu terminantemente de jogar, até que o problema fosse resolvido. Diferente do que aconteceu no Atlético, que esperou Washington passar por todos os procedimentos, esperou mais de um ano para sua recuperação, deu suporte ao atleta para que este encontrasse uma melhor solução do que "ir levando" até se tomar uma atitude. O artilheiro do Brasileirão e seus "stents", artefato de última geração colocado em suas coronárias, vão bem e livres para o exercÃcio do esporte, com o endosso de uma das maiores autoridades em coração do paÃs, o Dr. Costantino Costantini. A coisa certa foi feita, não se esperou nenhum minuto para a execução e tudo deu certo para Washington e sua famÃlia.
É de se destacar a força de vontade do Coracão Valente, a fé na recuperação do jogador de Mário Celso Petraglia, a competência do departamento médico do Atlético e a tarimba e excelência do Dr. Costantini. Infelizmente, alguns desses fatores faltaram à vida de Serginho, abruptamente abreviada por uma fatalidade. O futebol brasileiro está de luto. Que a famÃlia do jovem Serginho encontre as forças que precisa neste momento.
Milton Neves
Voltando ao Campeonato Brasileiro e suas polêmicas, gostaria de destacar algo que me chamou a atenção, em um e-mail ao qual tive conhecimento por intermédio do colega colunista Rogério Andrade. É uma mensagem-resposta do "jornalista e publicitário" Milton "abominável" das Neves.
Milton responde os atleticanos indignados com seu programa com uma resposta padrão e uma série de sarcasmos, ironias a até afrontas. Tudo bem, algumas coisas que ele diz fazem até algum sentido, em referência as desproporcionais reações de alguns torcedores, tendo em vista a pouca importância do programa "Terceiro Tempo" e a pouca credibilidade daqueles que fazem parte dele. Tem razão também em criticar a atitude do deputado estadual paranaense que perdeu seu tempo em transformá-lo em "persona non grata" em nossas terras. E de certa forma, também tem razão quando fala do provincianismo dos paranaenses e da baixa qualidade da imprensa esportiva do Paraná.
Os problemas são as generalizações, quando chama a todos os paranaenses de provincianos e quando chama a todos os seus colegas da imprensa do Paraná de incompetentes. Até o Carneiro Neto, o qual o chama de "o tal Carneiro Neto", desrespeitosamente. Quando diz que em seu programa pratica jornalismo sério, baseado em fatos, e que são esses fatos que fizeram o Atlético ser punido com dois mandos de campo no Brasileiro, não o "força-barra" com Szveiter do STJD, quebrando todas as normas da ética da justiça, ao vivo no "programa", dando pareceres. Enquanto isso, o São Caetano paga uma multa de apenas R$ 5 mil e pega nenhum jogo por copos jogados, o Botafogo pega apenas um jogo, o Atlético Mineiro, que poderia ter levado ao óbito o jogador Fabão do São Paulo, tem pena atenuada e poderá jogar em Minas, mesmo após a selvageria que todo o Brasil viu.
O problema é que na mensagem, ele também fica se auto-elogiando, dizendo que é o máximo em jornalismo esportivo e negócios. Erra também quando diz que os culpados pela queda de rendimento do Atlético somos nós, torcedores, pelo barulho que fizemos contra seu "programa". Chama os paranaenses de provincianos quando faz um programa para paulistas, o povo mais provinciano do Brasil, que não consegue sequer enxergar além das fronteiras de seu estado, que tem uma mÃdia poderosa e manipuladora que contrói e destrói quem quiser. Perto do provincianismo dos paulistas, da sua ignorância com as coisas do resto do Brasil, e da manipulacão dos fatos para se contruir um "mundinho particular", nós paranaenses somos cosmopolitas.
Neste mesmo espaço em que escrevo, sugeri tempo atrás um boicote ao programa "Terceiro Tempo", mais pela baixÃssima qualidade do programa, do que pelas declarações do estúpido "Morsa". Fiz uma apologia ao bom uso do controle remoto. Um dos poucos programas que vi, ele convidou um juiz de futebol do nordeste, que apita no estilo "Margarida". Mas, antes de entrevistar a curiosa figura, preferiram esculachá-lo. O tosco Godói chamou-o até de "viado", com essas palavras, em público, para todo o Brasil. Milton Neves, ao auto-vangloriar-se, esquece de fazer uma auto-crÃtica, e perceber que seu programa tem a mesma qualidade de shows como os de Márcia Goldshmidt, Gugu, Te Vi na TV do João Kléber e outros. Na mesma Record, até o Fala Que Eu te Escuto, de bispos que chutam santas, tem mais qualidade. São programas que se vangloriam da audiência conquistada mesmo oferecendo lixo aos telespectadores. É o que faz Milton em seu e-mail padrão, que segundo ele, serve para 98,21% dos atleticanos. Agredece o destaque dado à sua pessoa, mesmo sendo este conseguido da forma que foi.
Bom, prometo que será a última vez que falarei ou darei alguma importância a isso. Acho, que "boicote", não é a palavra certa para uma atitude dos atleticanos. Rrevejo meus conceitos e acho que desprezo, sim, é a atitude correta quanto a este sujeito. Vamos parar de falar nesse cara. Fazer como se ele não existisse. O que está feito, está feito. E trocar para a ESPN Brasil, Sport TV, Camisa 12, ou alugar um bom filme, ler um bom livro ou coisa assim, e esquecer que esse sujeito existe. Algo que todos nós, inclusive a diretoria que colocou faixas e fez banquetes em sua homenagem, deveria ter feito há muito tempo.
Vou contar um sonho que tive: sonhei que o presidente do time de uma praia paulista e o apresentador de um "programa", estavam num quarto de hotel, conversando. Eis que o dirigente, oferece uma mala cheia de notas verdes americanas para o apresentador, dizendo: "Nós fomos punidos, mas levaremos "o do Paraná" junto. Ajude nisso. O "apresentador", que é conhecido por realizar bons negócios, não titubeou e pegou a mala. Rindo, brindou com o uÃsque mais caro que existe o negócio. Então acordei e me lembrei do Atlético, me lembrei de sua luta contra as adversidades nesses 80 anos e já comecei a sonhar de novo, desta vez um sonho bom: a conquista do bicampeonato nacional em 2004.
Saudações Rubro-negras a todos que acreditam no bi.
Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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