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por Rogério Andrade
Lamentável o falecimento do profissional Paulo Sérgio de Oliveira Silva, o zagueiro Serginho do São Caetano. Creio que em momentos como estes, não há mais importância a rivalidade e por alguns dias deixaremos de lado a verdadeira competição do campeonato brasileiro. Desde ontem, a partir dos quinze minutos do jogo São Paulo x São Caetano em sua etapa complementar, concentramos nossos pensamentos e passamos a torcer de uma forma diferente, objetivando a vida de um profissional. Por alguns instantes, percebemos que aos poucos estávamos sentindo a perda de um jogador de futebol, diante do estado crÃtico e desagradável em que se encontrava Serginho. Aos poucos, o paÃs inteiro voltava-se a um dos acontecimentos mais infelizes do futebol brasileiro dos últimos tempos. Falecia, à s 22:45hs, aos 30 anos, no auge de sua carreira, um grande zagueiro do futebol nacional.
É neste momento que tentamos procurar respostas para tantas perguntas que a vida nos reserva. Nessas horas é que chegamos às mais diversas incertezas sobre a vida e sobre a morte. Só quem ama e venera o esporte mais querido do mundo chamado futebol, conhece a angústia e a tristeza da morte de um profissional deste ramo. De que vale nessas horas a euforia da vitória ou a ânsia da conquista? Qual é o filme que está passando na cabeça do torcedor do Atlético Mineiro, do mesmo torcedor que arremessou uma pedra na direção do jogador Fabão do São Paulo, acertando com precisão a cabeça do atleta, tentando assassiná-lo?
Espero que isto sirva de lição para o torcedor brasileiro em geral. Espero que a grande massa de torcedores dos mais diversos clubes possam valorizar, antes da rivalidade, a vida do ser humano que está dentro das quatro linhas. Que sirva como um basta para a violência nos estádios, que se tenha em mente que mais vale uma vida do que qualquer tÃtulo ou qualquer conquista. E, por fim, que a imprensa paulista pare de tentar buscar culpados ou justificativas para o falecimento do atleta dentro do Morumbi.
Serginho se foi, pois chegou seu momento, assim decidiu o poder superior e, perante Ele, nada temos a fazer a não ser aceitar. Paulo Sérgio de Oliveira Silva morreu com dignidade, dentro de um espaço onde somente o próprio jogador sabia o que para ele significava. Morreu jogando futebol, seu grande prazer, por isso morreu sem dor, sem sofrimento, mas deixou um imenso vazio no grande cenário do futebol brasileiro.
Que Deus o tenha, que ilumine e dê forças aos seus próximos e que o filho de Serginho, de quatro anos de idade, esteja envolvido por todos os anjos da guarda de plantão.
Rogério Andrade é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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