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por Juliano Ribas
Estamos lÃderes. Estamos, apenas. Estar lÃder neste momento significa que na tábua de classificação, estamos em primeiro. Diferente de ser lÃder, que é ter postura, atitude e força de lÃder. Estar lÃder significa que a posição é momentânea e depende de outros fatores, como derrotas e vitórias de outros. Ser lÃder, é ser aquele que puxa a fila, que vai, enquanto os outros seguem. Ser ou não ser, eis a questão. A dúvida de Hamlet, personagem de William Shakespeare, caracteriza o Atlético deste momento. Ser campeão, ou não ser campeão? Ser ofensivo, ou não? Ser solidário, ou não? Ser lÃder ou não? Nos últimos três jogos, principalmente nos últimos dois, o Furacão escolheu a segunda opção. Jogou acanhado, sem mostrar ser o time que foi durante boa parte do campeonato.
Ok, sofremos alguns golpes, como a injusta punição do STJD de dois jogos e a perda do craque do campeonato, Dago. Mas nada disso explica a letargia do time no Parque Antártica. Nada disso explica a queda de produção de Jadson e o mau futebol de Washington. Este último, ao meu ver, com a maior apatia e acomodação de todos. Insensado pela torcida e artilheiro do campeonato, reclamou o jogo inteiro, desistiu de lances, não mostrou o que realmente é, um jogador forte e vibrante. O que vimos foi um sujeito esperando a bola no pé, reclamando dos companheiros, bloqueado pelos adversários.
Washington: todos o admiramos mas não é por isso que vamos passar a mão em sua cabeça. Jadson é outro que não é o que pode ser. Na verdade, Jadson transformou-se no homem-invisÃvel. Não mostra os superpoderes que tem e esconde-se no fundo de sua timidez. Quem o viu fazendo arte em jogos como os contra Atlético-MG e Corinthians e outros, não entende o porquê do sumiço. Está na hora do futebol não só dele, como de todos aparecer. O Atlético é mais do que isso. Está na hora também de Levir perceber isso e, por simples observação dos fatos, notar que quando o Atlético buscou a vitória, venceu. Quando recuou para jogar no erro do adversário, perdeu pontos.
No geral, vemos que o tÃtulo ainda é uma realidade possÃvel. Assimilar a derrota é fundamental, mesmo que haja poucos dias para isso, antes da próxima partida. O elenco é bom, mas parece que anda afobado. Todos nós sabemos qual é o Atlético que chegou a lÃder do campeonato, que é cantado em prosa e verso pela mÃdia séria em todo o Brasil. E não é esse das últimas rodadas. Ninguém esquece de jogar futebol. Mas, se quiserem um incentivo, lembrem-se da frase do goleiro Sérgio, do medÃocre time porco: "o Atlético perdeu o gás".
Não existe injeção de ânimo melhor do que a desconfiança. Se o Atlético não tinha que provar nada para ninguém, agora tem. Faltando nove rodadas para o término do campeonato, há pouco o que fazer para tentar aprumar o barco. Não há mais tempo hábil para inovações. Tem que se mexer com os brios desses jogadores. Deve-se mostrar que andam desconfiando do potencial deles e que eles não podem deixar barato Só elogios e palavras de incentivo não bastam. Eles tem que bater no peito e gritar que são os melhores. Cuspir no chão, ter sangue nos olhos, cabelo no peito. Porque tem um monte de oportunistas já dizendo que o Atlético acabou. Contra o Goiás, nossos jogadores têm que ser guerreiros e acabar com essa conversinha, com um futebol solidário, forte e focado.
Brios, galera! E por falar nisso, cadê a Suzy Fleury?
Parque Antártica
Nada pior do que uma incursão ao futebol à moda antiga. No ingresso, estava escrito qual a "cadeira", setor e número do assento. Dentro, arquibancadas de concretos imundas com parcos riscos de tinta no chão. Choveu e tudo virou um banhado, ficamos com água pelos tornozelos na entrada. Não havia lanchonete e a divisão das torcida era virtual, com poucos policiais e umas cordas. Nada melhor para o futebol brasileiro se o tÃtulo vier para a Baixada. Onde futebol é praticado de maneira séria e planejada.
Com o bicampeonato, ninguém mais contestará que é como nós fazemos o jeito certo. O futebol nacional só tem a ganhar com o tÃtulo do Atlético. E todos não precisarão mais passar pela falta de respeito pela qual nós Atleticanos passamos naquele chiqueiro e que passamos todas vez que acompanhamos o Atlético em outros domÃnios.
Torcida Organizada
Chegou no jogo, já no segundo tempo, agitando. Mas não demorou muito para trocar os incentivos por ataques ao Petraglia. Parece que seu time é o Anti-Petraglia Futebol Clube e não o Clube Atlético Paranaense. Precisam rever seus conceitos. Ofensas a dirigentes até na casa dos outros? Pra quê?
Saudacões Rubro-negras a todos os que acreditam no bi.
Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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