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por Juliano Ribas
É hora de pôr a bola no chão. Hora do time fazer uma rápida revisão. Hora dos atleticanos respirarem fundo e não permitirem que sejam tomados pelo receio (um eufemismo, pois medo é o sentimento presente em alguns).
Mas quem não ficou aborrecido com o desempenho da equipe? Com o desempenho de Levir Culpi? Com a contusão do craque do campeonato? A sensação de que a vaca colocou uma pata no brejo tomou alguns. Eu mesmo, após o gol dos "paraná", fiquei uns 15 minutos com a cabeça cheia de idéias derrotistas. Até que disse a mim mesmo: "péra lá! Somos lÃderes. Temos um grande time. Temos o artilheiro, temos...", e por aà foi meu pensamento, tentando contaminar-me de presságios e idéias positivas. E, pouco depois, e uns goles de cerveja depois, consegui voltar ao foco certo.
Santos, São Paulo, Palmeiras e São Caetano tiraram diferença. Como disse meu pai, após o empate, "o Atlético perdeu gordura", perdeu estoque. Natural. Ninguém disse que iria ser fácil ser campeão. Apesar de estarmos a 18 jogos invictos, lÃderes e bem, nunca seria permitido o clima de "já ganhou", mas sim a confiança total. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, apesar de que a linha para a confusão entre esses dois posicionamentos é tênue. "Já ganhou" permite o relaxamento. Confiança total é fé firme, inabalável e baseada nos números do desempenho. A idéia de favas contadas contaminou a todos: a imprensa paulista, que começou a armar e inventar factóides, já prevendo o desfecho do campeonato a nosso favor, aos atleticanos, que após berrarem "bicampeão" com convicção, talvez não estivessem preparados para um possÃvel revés, e o time, com jovens promessas do futebol mundial, começou a ficar muito badalado. Fala-se de Atlético e de seus jogadores pelo Brasil como nunca se falou antes. Transferiu-se um pouco o foco da união do grupo para as individualidades.
A rodada do final de semana é a mais importante em todo o campeonato para o Atlético. O Santos joga um clássico, emborra isso não tenha que ter muita importância para um time que não tem ninguém à sua frente. Estamos como um campeão de boxe que só vem ganhando por pontos e agora terá que provar sua força, superando um forte advesário em seus domÃnios e também as dificuldades de perder Dago e a maré pessimista. Nessa luta, vamos mostrar que somos Ali, não Foreman. Vamos deixar o clima de "já ganhou de lado", deixar "contagens regressivas" de lado e outras bobagens para entendermos realmente que o tÃtulo virá, se a nossa mente e estômago forem fortes o suficiente para segurarmos a onda em um momento difÃcil. Se digerirmos bem esse "domingo azedo", time e torcida, tenho certeza que o caminho continuará aberto para nós.
Espero que o Levir veja que esse cacoete que todos os treinadores têm, de recuar o time enchendo de zagueiros a retaguarda para segurar um resultado de vitória, só vem prejudicando o Atlético. Espero também que os pessimistas de plantão emudeçam e que os jogadores continuem firmes, fazendo o que estavam fazendo, sem se preocupar com "já ganhou" de parte da torcida, com armações que tentam prejudicar-nos, com programinhas "xexelentos" de quinta categoria que pedem a interdição da nossa casa. Gostaria que o Petraglia proibisse a participacão de nossos jogadores no "programinha xexelento" ao qual me refiro e todos sabem qual é.
E "vamos em frente, que atrás vem gente". "Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima". "Fé em Deus e pé na tábua". Que essas frases feitas, populares na essência, contaminem as mentes de todos os um milhão de atleticanos espalhados pelo Brasil e pelo mundo. E que nosso espaço no Parque Antártica, a apenas 5 horas de Curitiba, esteja cheio. É um jogo bom de ganhar, porque a torcida do Palmeiras joga contra o time. E a nosso favor, tem o melhor time do campeonato e atleticanos que não desistem nunca.
Saudações Rubro-negras a todos os que acreditam no bi.
Juliano Ribas é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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