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Nenhum | sexta-feira, 08 de outubro de 2004, 00h20

Análise de Juventude x Atlético

O colunista Silvio Rauth analisa a partida entre Juventude e Atlético. Confira e envie os seus comentários.

Salto Alto
por Silvio Rauth

É difícil de entender o que aconteceu em Caxias do Sul. Mas precisamos encontrar uma explicação. Para isso, vamos começar do começo. Sem Jadson e Dagoberto, os dois jogadores mais habilidosos do elenco, era previsível que o Atlético tivesse dificuldades no setor ofensivo. Com a defesa sensação do Campeonato - Marcão, Marinho, Fabiano e Alan Bahia - era difícil de imaginar que o esforçado Juventude fosse causar problemas lá atrás.

Mas foi tudo ao inverso. Foram os substitutos Fernandinho e Dênis Marques que se destacaram e os titulares da defesa que decepcionaram. Fernandinho, que há muito tempo não atuava como o "cérebro" da equipe, deu um show e comandou os únicos 47 minutos de bom futebol do Atlético. Deu um belo passe para Washington marcar - mas o artilheiro preferiu cavar o pênalti que acabou errando - e ainda um lançamento incrível (de trivela) para Ivan marcar o primeiro gol.

Depois, foi a vez de Dênis Marques, que mostrou bom posicionamento e consciência nos passes, colocar Washington na cara do gol: 2 a 0. O terceiro foi outra jogada de Fernandinho, que tocou na saída da goleiro e fez o terceiro. Pouco antes desse gol, porém, tivemos o lance mais polêmico da partida. Da Silva deu um chapéu em Marinho, que estava lento e desorientado, e se atirou na área. O árbitro marcou o maldito pênalti, que claramente não ocorreu. Da Silva foi lá e fez.

No segundo tempo, um outro Atlético entrou em campo. O time recuou demais e deixou os jogadores do Juventude driblarem à vontade. Era ridículo. Os "meia-boca" Lopes e Da Silva passavam por três, quatro, cinco... Uma festa! Não demorou para sair o segundo gol do time da casa. Aos cinco minutos, Lopes driblou três jogadores e cruzou na área para Da Silva, que estava ridiculamente livre na pequena área. Gol.

Para piorar, nosso Rubro-Negro não conseguia tocar a bola, nem contra-atacar. Aí, foi totalmente sufocado. Aos 24, Marcão, que também estava perdido em campo, fez uma falta quase na linha da área e levou o segundo cartão amarelo. Na cobrança, uma bomba indefensável de Naldo empatou tudo.

Só com a expulsão é que Levir Culpi mudou o time, tirando Dênis Marques e colocando Pingo. O Atlético até melhorou a marcação a partir disso, mas continuou jogando um futebol pobre e desorientado. A pressão continuou até os últimos minutos e a derrota só não ocorreu porque alguns jogadores como Bruno Lança, Fernandinho, Ivan, Fabiano e William mostraram alguma garra.

Depois de todo esse relato, parece haver apenas uma explicação: excesso de empolgação. Com o 3 a 1 no placar, o time parece ter se acomodado e sonhado antes da hora com os cinco pontos de vantagem. Agora só nos resta torcer para que esse salto alto seja cortado antes do clássico.

Silvio Rauth é colunista da Furacao.com. Clique aqui para ler outros textos de sua autoria.
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