Bonamigo foi uma das atrações do rival [foto: FURACAO.COM]
Do lado do Atlético os grandes nomes eram o de Altevir, Pedrinho Maradona e Pedralli. O Coritiba jogou reforçado pelo seu ex-técnico Paulo Bonamigo e de jogadores como Heraldo (que também atuou pelo Furacão), Tobi, Ronaldo Lobisomem e do goleiro Gerson. Com a bola rolando o time verde e branco começou com tudo. Na falta cobrada por Bonamigo, Léo entrou livre para fazer o primeiro gol da partida logo aos 3 minutos.
O Atlético não conseguia atacar e encontrava dificuldades no toque de bola. Pedrinho Maradona era muito bem marcado e não distribuía as jogadas. Altevir, que quando profissional era goleiro, desta vez atuou como lateral-direita. Um pouco acima do peso ideal (um pouco? deixa pra lá...) o craque não subiu para apoiar o ataque e limitou-se a tocar a bola de lado. Já o Coritiba, com jogadores mais novos, impunha o ritmo do jogo.
No segundo tempo os veteranos rivais fizeram o segundo com Marco Aurélio. Ele recebeu livre dentro da área e só teve o trabalho de finalizar. O gol abalou ainda mais o time atleticano, que já se sentia incomodado não só pelo placar mas pelos narradores que gritavam nas caixas acústicas: "é gol do Coritiba. Quem fez foi o número, o número, o número... Eu não sei quem fez o gol", para gargalhadas do público. Depois desse episódio, outra pessoa tentou fazer bonito, mas também não conseguiu. A situação só foi resolvida quando um profissional da locução esportiva de Curitiba pegou o microfone.
Mais gols
Quase 13h e poucos conseguiam correr no gramado-areia do campo do Caiobá. Os mais empolgados eram Edson Gonzaga, do Coritiba, e Gentil, atacante veterano de Matinhos convidado para o clássico. E justamente Edson e Gentil fizeram os outros gols da tarde: o do coxa numa jogada pela esquerda, e o do Rubro-negro de pênalti.
Eternos craques e um freguês
Profissional do Atlético na década de 80, Pedrinho Maradona esteve no time que subiu para a 1º divisão do Futebol Brasileiro em 1987. No mesmo ano foi negociado com o Guarani e acabou encerrando a carreira recentemente no Cene, de Campo Grande. "Hoje eu sou treinador da escolinha do São Paulo, em Curitiba. Talvez em breve eu tenha uma oportunidade nestes centros criados pelo Atlético", disse Maradona, que mostrou categoria em muitos lances no amistoso.
Um dos mais felizes em participar da partida, Pedralli demonstrou muito carinho ao falar do Atlético do começo da década de 90. Apesar de ficar afastado dos gramados por quase um ano, o ex-jogador guarda muitas lembranças. "Em 1990 eu quebrei a perna numa partida contra o Umuarama. Mesmo assim fiz parte do elenco que conquistou o Paranaense em cima dos coxas, naquele Atletiba que o Berg fez o gol contra", afirmou o meia, que ficou no Furacão até 1993 e depois foi jogador do Joinville e do Democrata de Valadares.
Alegria para a nação atleticana, tristeza para os coxas. No Atletiba citado por Pedralli, o goleiro da ocasião era Gerson, que por muitas vezes salvou o rival em jogos contra o Rubro-negro. Naquele dia 05 de agosto de 1990, não deu. “Foi a melancolia dupla. Uma por causa da perda do título para o Atlético e outra por causa do Berg. Ele nunca mais se recuperou”.
Independente da camisa vestida durante a carreira, das disputas e das polêmicas criadas fora de campo, os ex-craques de Atlético e Coritiba dão uma lição para os torcedores de hoje: é possível ser fiel ao time do coração e manter o equilíbrio emocional, sem brigas e sem preconceito. Tudo na base da alegria e da paixão pelas cores dos clubes.
Saiba mais:
- Hot site 80 anos do Atlético
- A fratura de Pedralli
- Final de 1990
- Altevir
Atletiba Master - (14/08/04) - Atlético 1 x 3 Coritiba | |
ATLÉTICO: Vanderlei, Cid, Clayton, Pedralli e Flavinho; Altevir, Wilson e Pedrinho Maradona; Gentil e Totó; | |
CORITIBA: Gerson, Bonamigo, Marco Aurélio, Heraldo, Alcinei e Tobi; Ronaldo Lobisomen, Lela, Léo e Edson Gonzaga. |
Matéria do site Furacao.com:
https://www.furacao.com/materia.php?cod=10104
© Furacao.com. Todos os direitos reservados. Reprodução permitida desde que citada a fonte.