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Momentos Marcantes Um dos grandes momentos marcantes da Fanáticos foi a decisão do Campeonato Paranaense de 1988, no jogo contra o Pinheiros, na Vila Olímpica. Apesar do estádio lotado, o Atlético perdia por 1 a 0. Porém, foi a torcida começar a cantar a velha música: "A ... TLÉ... TI... COOOOO!!!", pausado e bem forte, que o estádio inteiro acompanhou, fazendo com que os jogadores fossem contagiados com o tamanho incentivo. O empate em 1 a 1 possibilitou a conquista posterior do campeonato e a torcida Os Fanáticos ganhou o troféu do jornal “Gazeta do Povo”, como "o melhor do jogo". Outro fato marcante na história da torcida foi o episódio do porquinho, solto no Estádio Couto Pereira, num Atletiba em 1º de maio de 1990, com 55 mil pagantes. O porquinho, com as cores alviverdes e bastante besuntado, foi solto dentro do campo antes da partida, ocasionando um dos momentos mais hilários da história dos clássicos. Policiais e funcionários do rival corriam em vão atrás do pequeno suíno. Na comemoração dos 25 anos da torcida Gaviões da Fiel, membros da Fanáticos entregaram uma placa que simbolizava a amizade entre as torcidas. Tal ato teve a aclamação ensurdecedora por parte dos mais de 20 mil presentes. Através de Sozzi, a Fanáticos consubstanciado o respeito e o carinho de quase a totalidade das torcidas organizadas do País. Um dos pontos positivos da torcida sempre foi a criatividade. Em 1987 houve um concurso para eleger as maiores bandeiras, em um Atletiba realizado no Pinheirão. A torcida adversária havia preparado um bandeirão maior do que havia sido feita pela Fanáticos. Num lance de impetuosidade, alguns componentes costuraram quatro bandeiras, que, segundo Sozzi, "ficou meio baiano". Porém, naquele dia, com um bambu de 20 metros, a bandeira foi desfraldada, causando o entusiasmo de toda a torcida presente, alegre com o prêmio foi conquistado. A torcida fazia um mutirão para conseguir bambus. Quando um dos torcedores descobria onde tinha, alguns integrantes da torcida conversavam com o dono, pedindo alguns. E era sempre aquela história: "Precisamos só uns 10, 12 bambus”. E saíam com uns 50 escondidos. Fazíamos um mutirão e de manhã, quase sempre aos sábados, iam cortar. Se o dono não quisesse fornecer os bambus, os integrantes partiam para o chamado “Plano nº 2” . Ao anoitecer, alguns iam na casa e literalmente roubavam. Mas, segundo eles, era para uma boa causa. Pelo Atlético era feito de tudo. Sobre os talcos usados pela torcida. Por muitos anos, eles costumavam alugar um caminhão, sempre pelo menor preço, o que nem sempre resultava na melhor condução. Seguiam em direção a Rio Branco do Sul, onde pediam sobras de talco Filler, que era um talco mais fino e menos tóxico. Eles não saíam de lá com menos de uma tonelada de talco. O mais divertido era o trabalho de ensacar milhares de saquinhos plásticos com o talco. Todo o material, entre bambus, talco e papel higiênico era, normalmente, exclusivo para os Atletibas e alguns jogos de grande porte. Nos dias de clássico, o material era levado ao Estádio Couto Pereira desde de manhã cedo. Segundo Sozzi, o trabalho podia ser comparado às formigas e aos escravos da Serra Pelada: aquela multidão da torcida levando sacos de estopas, todos muito pesados, com talco, papel higiênico, papel picado, bandeiras, faixas e ainda os instrumentos. O trabalho era cansativo e desgastante, mas, ao mesmo tempo, muito gratificante, pois eles sempre possuíam o lema de que fossem sempre melhores que os rivais. Em 1986, o Atlético era o único representante do Paraná que disputava a Taça de Prata. Os melhores classificados neste campeonato teriam o privilégio de disputar a Taça de Ouro, com os grandes clubes. Foi então que a Revista Placar reuniu todas as torcidas, a do Coritiba, Colorado e Pinheiros na Baixada. Todas vieram com bandeiras e seus componentes devidamente uniformizados. Sob a coordenação da revista, houve uma pequena reunião e todas se prontificaram em apoiar o Atlético , para que a capital paranaense não ficasse sem futebol durante alguns meses. Foram tiradas muitas fotos, que foram publicadas com todas as torcidas juntas num emaranhado de bandeiras e camisas, tendo ao fundo a antiga e aconchegante Baixada. O Atlético se qualificou como um dos melhores, junto com o Palmeiras e Corinthians que também disputavam a Taça de Prata e passamos a disputar a cobiçada Taça de Ouro. O primeiro jogo foi contra o São Paulo e foi realizado no Couto Pereira. Um mar de rubro-negros invadiu as arquibancadas, embora oficialmente foram pouco mais que 56 mil pagantes. Todos os portões da rua Mauá e da Igreja foram derrubados pela multidão. Era o poder da massa atleticana derrubando recordes. Milhares de foguetes, toneladas de talco e aquela festa que sempre a torcida proporcionou. O Atlético foi derrotado, mas a animação foi mais que um impulso para que a torcida atleticana se firmasse ainda mais. Sobre a divisão das torcidas nos Atletibas: existia uma corda que a polícia, à paisana, colocava desde cedo, no Couto Pereira, na torre que ficava do lado da torcida atleticana. Após organizar e levar todo material, sempre no período da manhã, alguns integrantes da Fanáticos se dedicavam a azucrinar os coxas. A sala de material da Torcida Jovem ficava no solo, embaixo de onde ficava a Fanáticos, o que obrigava os alviverdes a passarem pelos atleticanos. A situação ficava mais pesada principalmente depois dos jogos, porque eles tinham que guardar todo seu material e os atleticanos estavam sempre no caminho. Em uma das excursões da torcida no campeonato de 1982, aconteceu um fato no mínimo pitoresco. O comando da torcida estava em um ônibus em péssimas condições, que não passava de 30 km por hora. No meio da madrugada, alguém dentro do ônibus avistou um sujeito andando a cavalo na rodovia e não perdoou. Abriu a janela e gritou: “Aí, zorro!”. O sujeito não titubeou e sacando do revólver, a galope emparelhou com o ônibus e começou a dar coronhadas em sua lateral. Foi uma grande confusão dentro do ônibus com todos se jogando no chão. E como o cavalo dele era mais rápido que o ônibus, ele chegou fácil à frente do motorista e deu três tiros para o alto. Novo susto e muita confusão dentro do ônibus. E todos passaram a acreditar que Zorro existe e mora à caminho de Londrina.
Outro fato muito engraçado, foi num jogo do primeiro turno, contra o Colorado. Muitos integrantes da torcida foram em todas panificadoras próximas à Baixada, arrecadando pães velhos. Levaram cerca de 30 sacos grandes, lotado de pães. E então, se aproximaram da divisa das torcidas e arremessaram os pães para a torcida do colorado cantando: "Ado, ado, ado, pão velho pros colorados”!!! O fato deu o que falar, pois no dia seguinte, a imprensa criticava a torcida atleticana. Em 1982: Foi também nesse ano que aconteceu um fato marcante na torcida, que foi matéria de reportagem nas revistas Placar e Veja. O Movimento Pacifista Rosa de Hiroshima era contra toda e qualquer tipo de guerra, mas, em especial a guerra nuclear, tendo em vista a época em que viviam. Tal ato desmistificou a afirmação de que os integrantes das torcidas organizadas eram pessoas alienadas e sem cultura. Pelo contrário a torcida tinha integrantes que eram estudantes do Cefet), pré-universitários e universitários. Caso Marcio Guedes, um comentarista famoso em 1983. A torcida atleticana o fez pagar o maior mico de sua vida. A confusão foi no jogo contra o América, em pleno Maracanã, em que o Atlético ganhou de 1 a 0. A Rede Globo transmitia ao vivo e o infeliz comentarista, em sua análise não conteve a indignação em ver um time carioca perdendo para um do Paraná e desabafou : "Como pode o América estar perdendo deste ridículo time do Atlético do Paraná". A manifestação da torcida atleticana foi imediata. Telefonemas para a emissora, fax, pressão em políticos, tudo que se podia fazer, foi feito. A mídia paranaense também colaborou e a população curitibana inteira demonstrou sua indignação. E pela primeira e talvez única vez na vida da poderosa Globo, às 20h, antes do Jornal Nacional, entrou no ar um comunicado pedindo desculpas para toda torcida do Clube Atlético Paranaense. Foi um pedido ao vivo, em horário nobre. Mas , as coisas, não ficaram por aí. Guedes veio comentar o jogo da volta aqui em Curitiba. E a torcida descobriu que ele iria almoçar em um restaurante no Bairro do Batel, perto do canal 12 e invadiram o restaurante. E sem arruaça, depredação, ameaças, uma verdadeira multidão entrou no restaurante. O pavor dele e de todo o pessoal que o acompanhava foi indescritível. Resultado: antes mesmo do jogo, ele voltou para o Rio de Janeiro, abandonando toda a equipe que iria transmitir o jogo. Ele não teve tempo de ver no estádio várias faixas que diziam: "Márcio Guedes, ridículo é você de comentarista". Uma semana depois, ele foi demitido da Rede Globo. Num jogo contra o Malutrom, a Fanáticos fez campanha para baixar o valor do ingresso que custava R$10,00 para R$5,00. A Diretoria do Atlético através de uma parceria com um jornal que patrocinava o campeonato, acatou a sugestão. Resultado: Baixada lotada. Naquele sábado, a torcida preparou uma grande festa. No campo, o time estava sofrendo um revés que parecia decidido. Com num passe de mágica, a massa começou a vibrar cantando, gritando e empurrando o time para cima do adversário que não suportou a tanta pressão. O resultado foi que o Atlético virou o placar para 3 a 2 com uma atuação de garra e raça dos jogadores.
Com a ida de Sicupira para o Corinthians, o ETA viu a oportunidade de divulgar a torcida e prestar uma homenagem aquele que foi o maior artilheiro que o Atlético teve. Certa vez, em um jogo entre Corinthians e Vasco, alguns integrantes fizeram uma homenagem no intervalo do jogo, que terminou empatado em 1 a 1. A homenagem foi algo inédito no Brasil: uma torcida se deslocar a outro Estado para prestar homenagem a um jogador que estava atuando por um time de São Paulo. Foi notícia em todos os jornais do Estado paulista. No domingo seguinte, o Corinthians veio jogar em Curitiba contra o alviverde. E para surpresa de toda a crônica esportiva, a torcida atleticana lotou o estádio Belford Duarte, em favor do Corinthians. Pela primeira vez no Brasil uma torcida começou a se manifestar contra o adversário com palavões: "um, dois, três, quatro, cinco, mil, quero que o coxa vá pra pqp...” Foi um escândalo! A Gazeta Esportiva de São Paulo dedicou no dia seguinte uma página inteira sobre a torcida do Atlético citando a manifestação rubro-negra como "fabulosa" e que "nunca tinham visto nada parecido" além de um comentário que era "a mais malcriada do Brasil, mas, em compensação, a mais original". Em 1986, o Atlético foi jogar em Toledo. A torcida foi muito bem recebida e um senhor pagou todo o estoque de um bar, fazendo uma grande festa. Após o jogo, os Fanáticos receberam um convite para levar os ônibus para a fazenda deste senhor, onde ele iria matar uns carneiros fazer uma grande festa para os torcedores que foram para Toledo. Muitos se entusiasmaram e queriam ir. Mas era complicado, pois as preparações iriam demorar e muitos tinham que trabalhar no dia seguinte. Então, todos resolveram voltar para Curitiba. Lá pelas tantas, na estrada, uma caminhonete começou a fechar o ônibus, fazendo nos parar. Desceu o senhor, com dois garrafões de cinco litros de alambique. Como a torcida não tinha aceitado a festa, ele não queria que eles fossem embora sem nada. Por isso, presenteou os componentes com os dois garrafões. Em 1998, num jogo em União da Vitória contra o Iguaçu, aconteceram fatos inimagináveis. Quando a torcida Os Fanáticos entrou no estádio, acabou ficando numa arquibancada de madeira atrás do gol, local que, segundo os torcedores de lá, era destinado exclusivamente para eles, que ficaram a uma distância pequena dos atleticanos. E começou uma verdadeira confusão. Eles, munidos de abacates (que tinham dentro do próprio estádio), partiram pra cima dos atleticanos. Os poucos guardas que estavam no estádio prenderam três da Fanáticos. Os outros torcedores da reta se uniram com eles e distribuíram cacetetes na torcida. Os que estavam abaixo da arquibancada tentavam subir pelos vãos da arquibancada de madeira e levavam ainda mais bambuzada na cabeça. Chegaram mais viaturas e os ânimos foram amenizados. O Atlético, ganhou o jogo. Na saída, pânico total. Primeiro, os principais integrantes da Fanáticos tiveram que passar na delegacia da cidade para pegar os três membros presos. A policia resolveu colocar duas viaturas na frente do ônibus e duas atrás. Quando eles estavam saindo de dentro do estacionamento do estádio, tinha pessoas munidas de bacamarte (espingardas antigas), sobre os telhados das casas em volta da rua que eles teriam que passar. Além disso, tinha gente na saída querendo apedrejar o ônibus. Os que conseguiram, saíram do estádio em alta velocidade em direção à delegacia. Chegando lá, como o efetivo foi para o estádio apaziguar a confusão, os membros presos quebraram a porta da cela, arrancando com tijolo e tudo a porta. Quando Sozzi chegou para falar com o delegado, sem saber de nada, ele mostrou o ocorrido e falou que iria prender todo mundo. Lá fora, um verdadeiro inferno, com pedras para todos os lados para cima dos atleticanos. Ou seja: eles estavam sendo apedrejados e perseguidos, não tinham segurança e, além disso, o delegado queria prender todo mundo. E a confusão não parou por aí. Lino, um dos torcedores atleticanos, derrubou todo o arquivo de fichas dentro da delegacia. Foi o que bastou pra complicar mais ainda a situação. Um radialista da cidade, que estava fazendo o registro dos acontecimentos ao vivo, transmitiu imediatamente: "Povo de União, a torcida do Atlético está destruindo nossa delegacia, venham todos para cá ajudar a polícia!!” Em cinco minutos, a cidade inteira tinha fechado todas as quadras ao redor da delegacia com paus, mulheres com vassouras na mão, crianças com estilingue e por aí afora. O delegado, vendo a necessidade de expulsar os atleticanos da cidade, vendo a iminência de uma Terceira Guerra Mundial, mandou um ônibus vazio dar a volta aos fundos da delegacia e solicitou para que os guardas fossem evacuar as ruas da frente. Os atleticanos saíram pulando o muro dos fundos da delegacia, numa operação sigilosa e organizada nos mínimos detalhes, com horário cronometrado e tudo. Isto porque, se alguém visse a saída, todos correriam para lá. Quando eles estavam a umas três da delegacia, com o ônibus em alta velocidade, eles viram a multidão correndo na direção deles. A aventura acabou no primeiro bar da estrada, tomando aquelas geladas pra descontrair um pouco. Em 1990, aconteceu a maior invasão de uma torcida a um jogo de futebol no interior. O Atlético estava chegando à primeira divisão do Campeonato Brasileiro e, para isso, precisava apenas empatar em Ponta Grossa, contra o Operário. A torcida pediu ao então presidente Farinhaqui para que fosse colocado o maior número de ônibus possível para a nação atleticana invadir a cidade. Na empolgação, o presidente anunciou que 100 ônibus seriam destinados de graça para toda a torcida atleticana. No dia do jogo, desde manhã cedo, já tinham filas intermináveis em frente à Baixada. Havia mais de duas mil pessoas do lado de fora e apenas dez ônibus contratados pelo Atlético. Belotto, Batata e Sozzi subiram no portão principal do ginásio e encararam todo o povo, em voz grossa, exigindo respeito ao patrimônio do clube, avisando que seria devolvido o dinheiro do ingresso comprado na secretaria. Enquanto isso, alguns ônibus fretados pela Fanáticos tiveram que ser escondidos na praça Oswaldo Cruz e de lá saíram para que não houvesse confusão e nem invasão. Quase na hora do jogo o trio conseguiu ir embora para a cidade. Mas a confusão estava só começando. Ao chegar lá, o clima já estava virado, pois os primeiros ônibus que saíram desde manhã, foram direto para a 1º Müchen Fest. No estádio foi impossível algum torcedor do Operário assistir o jogo, pois literalmente foi tomado pela massa atleticana. No final da partida, muita pancadaria. A metade dos ônibus abandonou os torcedores lá na cidade, deixando muito trabalho para a Política Militar. Tornou-se impossível o controle das pessoas, formando um mar de gente, numa enorme confusão. |
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