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Os Fanáticos

Para preencher a lacuna deixada com a extinção do ETA, alguns jovens começaram a pensar em uma solução para não deixar o Atlético sem um apoio vindo das arquibancadas. A história do surgimento da torcida é controvertido. Sabe-se apenas que participaram diversos jovens fanáticos, como Marcos Mattos, José Carlos Belotto e Mauro de Sá Merlin, entre outros.

Sobre a estréia da torcida, não restam dúvidas: foi no dia 24 de outubro de 1977, num jogo contra o Brasília, no Estádio Couto Pereira. Naquela mesma partida, coincidentemente, a Torcida Jovem também fez sua estréia, exibindo uma bandeira vermelha com o nome da torcida escrito em preto. Bastou uma rápida conversa com os componentes das facções para que a união fosse aceita. Com a junção das forças e a soma dos materiais, ali nascia a torcida que é um dos maiores orgulhos atleticanos.

Naquela época, a maior torcida atleticana era a Torcida Independente Atleticana (TIA). Assim, a tática adotada pela Fanáticos consistia no seguinte: observar cada garoto que entrava no estádio e convidá-lo a entrar para a torcida. Porém, o começo foi muito difícil. Já nos primeiros anos da torcida, tanto o clube como a imprensa desconheciam o grande esforço daqueles fanáticos torcedores. Além disso, o Atlético passava por uma crise que parecia não ter mais fim.

No ano seguinte, os torcedores foram pedir ajuda ao Conselho Deliberativo do Atlético, tamanha era a necessidade da compra de instrumentos. Com o dinheiro, confeccionaram cerca de 30 bandeiras e ganharam o apoio do então presidente Antônio Sérgio Guimarães Lück. Ele solicitou apoio dos conselheiros e arrecadou dinheiro suficiente para a compra da charanga da Fanáticos. O primeiro instrumento do grupo foi uma azabumba (um surdo que fica pendurado no peito), doado por um componente da escola de samba “Sapolândia”, que soube das dificuldades enfrentadas pela torcida.

A primeira camisa da Fanáticos era preta, com detalhes em vermelho e listras nos ombros, com o nome da torcida escrito nas costas. Aos poucos, mais pessoas começaram a integrar a torcida, que nos três Atletibas da reta final do Campeonato Paranaense de 1978 ultrapassou o número de componentes da TIA.

Na última partida do Atlético em 78, a Fanáticos se envolveu numa pancadaria com a torcida do Coritiba. Quebrou a parte do Estádio Couto Pereira que estava em construção e atirou os materiais na torcida alviverde, que também invadiu o gramado. Pela falta de experiência e organização, quase todos os materiais foram perdidos, não sobrando quase nada.

A torcida soube dar a volta por cima quando o jovem Renato Sozzi assumiu a presidência. Aliás, apesar de não ter sido um dos fundadores, Sozzi foi o primeiro presidente da Fanáticos. Antes dele, ainda não havia necessidade de se nomear um presidente, pois as atribuições eram poucas. A partir do crescimento, foi necessária uma organização maior e Sozzi, um dos mais dedicados à torcida, foi uma escolha natural.

Anos 80

O primeiro título presenciado pela Fanáticos foi o estadual de 1982, diante do Colorado. Após a conquista, a equipe jogou pelo Campeonato Brasileiro, o que fez com que a torcida fosse acompanhar o time em vários lugares do país. Em um dos jogos da reta final, contra o Flamengo, foi registrado o maior público oficial já existente na história do futebol paranaense, com 65 mil pagantes no Couto Pereira.

A primeira comemoração de aniversário da torcida aconteceu em 1984, celebrando sete anos de existência. Neste ano, a Fanáticos herdeu vários materiais da Nação, que encerrou suas atividades. No ano seguinte, a Fanáticos começou a se popularizar com a criação de duas marcas: a adoção da caveira como símbolo e do slogan “Atlético até a morte”, que até hoje embala os gritos de guerra dos atleticanos.

No primeiro jogo da final do Campeonato Paranaense de 1988, na Vila Olímpica, apareceu um atleticano gritando um dos cantos mais emocionantes da torcida atleticana: "A.....tlé.....ti.....coooooo", pausadamente e bem forte. E não deu outra: o estádio inteiro respondeu igual. A Fanáticos acompanhou por mais de meia hora, não parando um minuto sequer. Com a força da torcida, o Atlético conquistou mais um título estadual. Fechando o ano, durante uma festa em comemoração ao 11º aniversário, foi lançado o primeiro jornal da torcida.

Anos 90

No início da década de 90, costumava tocar numa das rádios curitibanas uma paródia da música “The Wall”, cujo título era “Atirei o pau no gato”. Foi então que, numa reunião entre amigos, alguns começaram adaptar alguns palavrões à música. A imaginação rolou solta e a canção foi transformada no maior hino da história da Fanáticos. A estréia oficial foi num Atletiba, quando as tradicionais famílias curitibanas se envergonharam com tanto palavrão. Enquanto isso, a galera rubro-negra foi ao delírio. Já os alviverdes, simplesmente emudeceram.

Em 91, a Fanáticos liderou um movimento de repúdio ao Pinheirão e de apelo para a volta à Baixada. O estádio era desconfortável e os atleticanos não se sentiam em casa, bem ao oposto do que ocorria no Joaquim Américo. A campanha da Fanáticos deu resultado e o clube abraçou a idéia. Em 1994, o rubro-negro voltaria à Baixada para de lá não mais sair.

No final de 1994, Renato Sozzi deixou a presidência da Fanáticos, depois de ter ocupado o cargo por mais de catorze anos. Em seu lugar, assumiu José Carlos Belotto, um dos fundadores da torcida.

Já em 1996, com o estádio novo e aconchegante, muitas famílias e principalmente mulheres retornaram ao estádio e estavam marcando presença, na sede da Fanáticos. Com isso, surgiu o Pelotão Feminino, formado pelas belas garotas que já freqüentavam a torcida. No mesmo ano, a torcida inaugurou sua sede própria, próxima da Baixada. Em 1999, Julio César Sobota, o Julião, assumiu a presidência da Fanáticos, cargo que exerce até hoje.

A maior faixa do Brasil é da Fanáticos. Ela mede 100 metros de comprimento e 3 metros de altura. A torcida também possui uma academia com jiu-jitsu e muay thay, entre outras atividades esportivas. Nesses 27 anos de existência, a Fanáticos nunca deixou de ir em nenhum jogo sequer em nossa capital. Nunca abandonou o time em nenhum momento. Sua vibração e força são orgulhos de toda a massa atleticana, Desde 1977, encantando os olhares dos torcedores, nesses 80 anos de paixão e história.

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