1945

Vitória da raça, na prorrogação

Com uma vitória de cada time, a decisão do título foi para um jogo extra, sem vantagem para nenhuma equipe, apesar da melhor campanha atleticana. Se ocorresse empate, haveria prorrogação até que se definisse o ganhador. Por sorteio, definiu-se que a terceira partida seria jogada no Estádio Belfort Duarte. Diante das ocorrências nos primeiros jogos, as duas diretorias exigiram a presença de um árbitro de fora. Foi contactado Arthur Cidrin, da Federação Paulista de Futebol.

O jogo atraiu a atenção de todo o estado. Organizaram-se caravanas do interior e de outros estados para o grande o jogo. No domingo, dia 30 de dezembro, foi aumentado o número de bondes à disposição dos torcedores. A cada dez minutos, partia um bonde da Praça Tiradentes para o Belfort Duarte, carregado de pessoas interessadas no Atletiba decisivo.

O resultado não poderia ser outro: os mais de 8 mil torcedores proporcionaram a maior renda de um jogo no estado até então. Ao contrário dos jogos anteriores, essa partida foi mais disputada tecnicamente e não houve tantas jogadas violentas, talvez porque os jogadores tenham ficado intimidados com a arbitragem de fora. Alguns consideraram esse o melhor Atletiba, em termos técnicos, já disputado.

O Coritiba foi melhor no primeiro tempo, mas Caju estava inspirado e parou todas as tentativas. Melhor para o Atlético, que voltou melhor na segunda etapa e abriu o marcador aos 25 minutos. Jackson puxou rápido contra-ataque e tocou para Lilo. O meia lançou Guará na área. O centroavante se enrolou com a defesa, mas conseguiu driblar Lauro e tocar para Lilo, que bateu seco e fez o gol atleticano.

A torcida atleticana já estava comemorando o título quando o artilheiro Neno, autor de quatro gols nos dois jogos anteriores, voltou a marcar. Ele arriscou um chute de fora da área e acertou o ângulo superior esquerdo de Caju, que nada pôde fazer. Na comemoração do gol, o zagueiro Lauro resolveu provocar o atleticanos. Mexeu com Caju e depois com Lilo. O árbitro paulista não fez vistas grossas e excluiu o zagueiro da partida.

O empate no tempo normal levou a decisão para a prorrogação. Com gana de campeão, o Atlético foi para cima disposto a vencer a partida. Aos 8 minutos do primeiro tempo, o zagueiro Augusto se mandou para frente e iniciou a jogada do gol do título. Ele passou pelo ponta Babi e tocou para Cireno. O ponta driblou Fedato e cruzou para Xavier marcar o gol da vitória.

Nos minutos finais, o rubro-negro ainda criou outras ótimas chances para marcar, mas o goleiro Miro evitou a goleada. Encerrado o jogo, a torcida atleticana invadiu o gramado para vibrar com seus jogadores. O título foi comemorado com uma reedição do “show da vitória” de 1943: festa no Cassino Ahú, jantar na Sociedade Thalia e churrasco no Joaquim Américo.

Ficha: 30/12/1945
Coritiba (0) 1 x 1 (1) Atlético

Local: Belfort Duarte
Arbitragem: Arthur Cidrin (SP)
Renda: Cr$ 40.021,00
Público: 8.511
Gols: Lilo aos 25' e Neno, aos 40' do 2°; Xavier, aos 8' do 1° tempo da prorrogação.
Coritiba:

Miro; Fedato e Lauro; Tonico, Cartola e Adão; Babi, Merlin, Neno, Camarão e Altevir.

Atlético: Caju; Zanetti e Augusto; Joaquim, Nilo e Lolô; Xavier, Jackson, Guará, Lilo e Cireno

O título - Jogo do título - Campanha - Personagens

Untitled Document

Fale conosco - Contribua - Créditos