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Arena

De um terreno alagadiço que servia como chácara no início do século passado, construiu-se o melhor estádio de futebol da América Latina. Idealizada por Mário Celso Petraglia, em 1997, a obra custou aos cofres do clube quase U$35 milhões. As vendas dos atacantes Oséas e Paulo Rink e as campanhas de sócio-ouro, alavancaram grande parte da construção.

Cinco anos após a inauguração, a Arena da Baixada vai ganhar uma cara nova: para se adequar ao Estatuto do Torcedor, todo o estádio está recebendo cadeiras. A capacidade vai ser diminuída em quase cinco mil lugares, mas o conforto que já é tradicional, vai ficar ainda melhor.

A Arena da Baixada começou a sair do papel em 1997, logo após o jogador Marcelinho marcar o último gol no estádio contra o Matsubara, numa quarta-feira à noite. Com um projeto arrojado da comissão que dirigia o Atlético Paranaense – encabeçada por Mário Celso Petraglia, Ênio Fornéa e Ademir Adur – o clube lançou a campanha Atlético Total. O marketing criado em torno do novo estádio empolgou os torcedores. Após a demolição da antiga Baixada, até saquinhos com tijolos e pedras eram vendidos e causavam filas no Casarão da Engenheiros Rebouças, sede do clube na época.

As obras seguiam um ritmo bastante acelerado e a concentração popular nas redondezas do novo estádio impressiona. Um grupo de torcedores decidiu até criar uma torcida organizada, “Os Amigos do Mirante”, em alusão ao mirante construído na Rua Buenos Aires para que os curiosos pudessem acompanhar o trabalho dos pedreiros.

Enquanto a Arena não ficava pronta, o clube seguia a vida de nômade e mandava jogos nas Vilas Capanema e Olímpica, Couto Pereira e até no Pinheirão, estádio em que o Atlético passou por um dos piores momentos ao longo destes 80 anos.

Em 1998 o rubro-negro conquistou o Campeonato Paranaense só que fez uma péssima campanha no Brasileiro. Foi o que bastou para que os críticos duvidassem do término da construção da Baixada. No começo de 1999, Mário Celso Petraglia anunciou a data da inauguração do estádio: 24 de junho. Um amistoso com uma grande equipe internacional estava sendo organizado e o dirigente já contava com apoio de Ricardo Teixeira, todo-poderoso da CBF. Teixeira garantiu aos atleticanos que a Seleção Brasileira faria um amistoso no dia seguinte ao grande “debut” da Arena.

A expectativa quanto ao primeiro adversário do Atlético no novo estádio era proporcional a curiosidade dos torcedores em saber como estava ficando a obra. Em meados de agosto de 98 a direção rubro-negra desmontou o mirante na entrada principal e só permitiu a entrada de curiosos pela Rua Coronel Dulcídio, fundos da Arena, até março de 99. Depois disso, nem o verde esmeralda do gramado pôde ser visto.

O tempo foi passando e apenas as imagens das redes de televisão que costumavam visitar as obras satisfaziam a curiosidade de um povo fanático. Já notava-se que as marcações de cal nas gramas Tifton 419 e Rye-Grass (mesmas da Copa do Mundo da França, em 1998) davam forma a Terra Santa rubro-negra.

E depois de dois anos de angústia e ansiedade, o popvão atleticano finalmente conheceu a sua nova casa. O adversário, Cerro Portenho, não foi o esperado, mas isso já pouco importava. Todos ficaram boquiabertos para admirar o patrimônio querido.

A festa, preparada pela diretoria, não poderia ter sido mais bonita. Os hinos, brasileiro e atleticano, foram cantados no centro do gramado, ao mesmo tempo que fogos explodiam em cores rubro-negras.

O primeiro time atleticano a pisar em campo foi formado por Flávio; Luisinho Netto, Marcão, Gustavo e Vanin; Clóvis, Renato, Ricardo Miranda e Adriano; Lucas e Kelly. Comandados por Antônio Clemente. Alberto, Douglas, Kléber, Sídney e Kleberson também tiveram a honra de pisar no gramado naquela noite, que teve dois heróis: Lucas, que marcou o primeiro gol da história da Arena, e o lateral-esquerda Vanin, que chutou de fora da área para marcar o gol da vitória rubro-negra por 2x1.

 

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