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A torcida atleticana é única. O atleticano é facilmente reconhecido onde quer que vá, seja no trabalho, em casa, no clube, nas peladas de fim de semana, na escola, em qualquer meio social. Ele tem o orgulho de ser rubro-negro e não esconde isso de ninguém. Se a torcida atleticana não é comparável em tamanho à do Corinthians ou do Flamengo, em fidelidade e amor, não fica devendo nada a nenhuma do Brasil. O Atlético é tido como o time do povo, tanto é que é recordista de público em quatro dos cinco principais estádios da capital. Mas nem sempre foi assim. Dos times que formaram o Atlético em 1924, apenas o América tinha origem mais popular. Naquela época, o mais comum eram os times pertencerem às suas colônias, como os alemães do Coritiba, os italianos do Palestra ou os polacos que vieram a formar o Juventus anos depois. A elite curitibana era atleticana, proveniente principalmente dos aficionados do Internacional. Tanto é verdade que o cartola, figura nobre e sofisticada, logo foi identificado como o mascote do rubro negro. Com o crescimento da rivalidade com o Coritiba, os ânimos foram ficando exaltados e os torcedores começavam a fomentar cada vez mais a paixão pelos clubes do coração. A partir do famoso Atletiba da Gripe, em 1933, o Atlético passou a ser reconhecido como o “time da raça” e sua torcida ia, dia-a-dia, crescendo e tornando-se a mais agitada da capital. As classes mais baixas da sociedade só começaram a ser invadidas no final dos anos 60. Após um longo período sem títulos, o Atlético maltratava seu torcedor. Eis que surgiu Jofre Cabral e Silva para mudar o rumo do clube. Com a audácia de um grande atleticano, Jofre rasgou o regulamento do Campeonato Paranaense de 67 e montou um verdadeiro esquadrão rubro-negro. Com grandes craques como Sicupira, Nilson Borges, Bellini, Djalma Santos e cia., o Atlético começou a desbravar de vez o interior do estado e conquistou o “povão” paranaense. A criatividade também sempre foi um ponto forte dos atleticanos. Como não lembrar do “enterro simbólico” dos alviverdes após a vitória por 3 a 1, em 1958, na Rua XV e Boca Maldita, sepultando as chances do tricampeonato do rival? Ou em 1969, quando antes do Atletiba a torcida do Furacão desfilou com elefantes de um circo que estava na cidade, devidamente vestidos de rubro-negro pelas principais ruas do centro? Como esquecer que as primeiras fanfarras em estádios de futebol foram levadas pela torcida atleticana? E as vezes em que o homem nu da Praça 19 de Dezembro acordou com uma faixa de campeão vestida por fanáticos atleticanos? Destaca-se também ter o Atlético, desde seus primórdios, a maior torcida feminina da cidade. As beldades que desfilam hoje em dia na Arena da Baixada são as herdeiras das belas damas que desfilavam seus sofisticados vestidos desde meados dos anos 20. O atleticano é, antes de tudo, um apaixonado. A mesma paixão que leva o torcedor a agüentar dois jejuns consecutivos de doze anos (1959-1970 e 1971-1982), com supremacia de seu maior rival e não esmorecer. A mesma paixão e a mesma raça que não se calou na derrota que veio a tornar-se a maior vitória atleticana em anos, naquele famoso 5 a 1 para o Coritiba em abril de 1995. A mesma vibração apaixonada de uma torcida que não sucumbiu à arbitrariedade do Superior Tribunal de Justiça da CBF em 1997, quando, a todo custo, queriam culpar o Atlético e seu presidente por acontecimentos obscuros extra campo. A nação atleticana também sabe reconhecer seus ídolos e seus esforços, sendo capaz de aplaudir até mesmo derrotas, como na eliminação frente ao Atlético-MG, após encantar as Américas na Libertadores de 2000. Essa torcida é guerreira, que invadiu a pacata São Caetano do Sul na antevéspera do Natal de 2001 e comemorou a plenos pulmões o inédito título de campeão brasileiro. O atleticano é um ser ímpar, pois o Atlético é único! |
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