1995

A conquista da estrela prateada

Tem um velho ditado que diz 'a primeira vez a gente nunca esquece'. Por isso, o torcedor atleticano tem um carinho especial com o título de Campeão Brasileiro da Série-B de 1995, que marcou a primeira conquista nacional do Furacão.

Um título conquistado de ponta a ponta, durante os quatro meses de disputa. Em 28 partidas, o Atlético conquistou 65 pontos, com aproveitamento de 77,38%. Foram vinte vitórias, cinco empates e apenas três derrotas, com 47 gols pró e 20 contra. Números que comprovam a brilhante campanha do time, que acumulou o maior número de pontos, teve o artilheiro da competição (Oséas, com 14 gols), melhor ataque, melhor defesa, melhor média de público e renda. Enfim, o título de Campeão Brasileiro da Série-B de 1995 não poderia ficar em outras mãos.

Apesar da estréia com derrota (2 a 0 para o Goiatuba), o rubro-negro não se abateu e foi vencendo, um a um, cada adversário que tentasse impedir seu retorno à elite do futebol nacional. Na primeira fase, foram sete vitórias, dois empates e uma derrota. Destaque para as vitórias fora de casa contra Barra do Garças (por 4 a 3) e Novorizontino (2 a 1).

Na segunda fase, o rubro-negro continuou atropelando. Mas a ansiedade e pressão sobre os jogadores fez com que a diretoria optasse pela substituição do técnico Zequinha logo após a derrota para o Mogi Mirim, no interior de São Paulo, por 1 a 0. Em seu lugar, veio o consagrado Pepe, um dos integrantes do melhor ataque da história do futebol mundial, o do Santos de Pelé e companhia. E logo na estréia do novo treinador, uma empolgante goleada por 6 a 0 no mesmo Mogi Mirim levou a fanática torcida atleticana à loucura na Baixada.

Na semifinal, o que parecia sonho foi, aos poucos, se transformando em realidade. Em seis jogos, o Atlético empatou apenas um, contra o Sergipe, lá no Nordeste. E deixou a certeza de que dificilmente o time deixaria escapar a oportunidade de retornar à Primeira Divisão, depois de dois anos de sofrimento – o clube foi rebaixado em 93. Antes da estréia no quadrangular final, o goleiro Ricardo Pinto resumiu a confiança que tomava conta da Baixada: ‘uma vaga é nossa. A outra, quem quiser, que corra atrás', disse.

Não deu outra. No quadrangular final, contra Central, Coritiba e Mogi Mirim, o rubro-negro prosseguiu com os bons resultados. Contra o Central, em Caruaru, o time venceu por 1 a 0. No clássico contra o Coritiba, empate por 1 a 1. Na Baixada, contra o Mogi Mirim, a vitória por 1 a 0 deixou o clube a um passo da primeira divisão. E o retorno à elite do futebol nacional veio em 10 de dezembro, lá em Mogi.

O pequeno estádio Wilson Fernandes de Barros foi pouco para conter a euforia atleticana. Cerca de vinte ônibus saíram de Curitiba para apoiar o time e transformar o campo do adversário num verdadeiro Caldeirão. E numa tarde em que Paulo Rink brilhou, o rubro-negro carimbou o passaporte para a primeira divisão. Aos dezenove minutos do primeiro tempo, ele recebeu a bola de João Antônio no bico esquerdo da grande área e fuzilou no canto do goleiro adversário. Foi a consagração e glória do melhor time do campeonato. No retorno a Curitiba, festa no aeroporto e carreata até a Baixada para recepcionar os heróis atleticanos. Era o final feliz de um capítulo da história atleticana recheado por estádios emburacados, adversários sem nenhuma expressão, jogos truncados, enfim, o retorno em grande estilo ao futebol dos grandes.

Mas a torcida, o time queriam mais. Se o objetivo de voltar à série principal estava cumprido, faltava o título, a estrela prateada no peito. Quis o destino que o jogo seguinte fosse justamente o clássico Atletiba. Bastava uma simples vitória para garantir a taça. Mas numa noite em que nada deu certo para o rubro-negro, o time perdeu por 3 a 0, ajudando o rival a conseguir a classificação para a primeira divisão.

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