Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Sonho ao alcance das mãos

03/11/2006


Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade!

Já dizia o saudoso Raul Seixas, em uma de suas canções. Tudo se transforma em realidade a partir do momento em que realmente acreditamos em nossos sonhos. Quantas e quantas vezes sonhamos, nos iludimos, deixamos que nossos pensamentos viajassem no tempo e no espaço em busca de uma conquista, em busca de um êxito, em busca daquela que era a mais cobiçada da faculdade, enfim, em busca de sonhos que muitas vezes pareciam muito distantes, ou muitas vezes quase impossíveis.

Aí, justamente aí, pode estar o segredo. O “quase” normalmente nos soa como a palavra que nos impulsiona a um grande desafio. Se existe o quase, é sinal de que algo pode tornar-se real, se não for agora, neste momento, será daqui a algum tempo, pouco tempo se formos fortemente persistentes e corajosos. O “quase” para mim, significa que posso, pelo menos, tentar, e se eu desistir e não tentar, aí sim posso me considerar um fracassado, ou um derrotado. Mas eu, assim como milhares de irmãos meus atleticanos, gostamos de atos desafiadores, pois sabemos que diante de muitas lágrimas e de muito sofrimento, quando sempre fomos ferozes, estufamos o peito e resolvemos não desistir, tivemos as maiores alegrias e sucessos.

O atleticano durante muitos e muitos anos foi assim. Sonhava, realizava um mundo apenas lotado de ilusões e fantasias. Era humilhado, assistia o seu time sofrer por falta de comando, assistia um Atlético maltratado na segunda divisão, e abastecia-se na sede de vencer um clássico estadual ou mesmo na conquista de um título regional. Ah, mas como estava longe um título nacional! Como era distante a participação em um torneio continental! Como tantos e tantos sonhos estavam de fato muito longe das nossas mãos e dos nossos olhos!

Hoje o Atlético é uma realidade muito forte. Hoje o Atlético colhe os frutos de uma gente que nunca desistiu e que, batendo o pé, decidiu que não cansaria de sonhar e de lutar muito para quem sabe um dia poder abrir o sorriso de algo que poderia ser, em breve, “real.” E títulos estaduais passaram a ser apenas títulos estaduais. Nada tão maravilhoso. E a Baixada se transformou na linda Baixada, o nosso novo, querido, aconchegante e eterno Joaquim Américo. E veio a primeira participação na Libertadores. E veio a segunda, a terceira! E veio o título nacional de 2001. E vieram outras realidades, e novos sonhos surgiram. E muitos outros virão e, como habitarão corações atleticanos, certamente se tornarão realidades.

Sempre motivado pela excelente e inesquecível participação na Libertadores de 2005, quando disputar a decisão era “quase” impossível, gosto de aliar a emoção com a união. Se estivermos fortes, com o coração preparado, unidos em busca de um ideal, teremos a permissão de sonhar ainda mais, sim! E temos o maior direito do mundo de sonhar, mais uma vez, com a Libertadores da América. Não existe, neste momento, coração atleticano que não sonhe com essa tão cobiçada vaga. E nem pode existir. Cada atleticano precisa continuar acreditando e contrariando todos aqueles que apostam no “quase” como sendo a certeza de que os esforços, de nada irão adiantar.

Se nós já ouvimos a frase “não duvidem do Atlético”, é um excelente momento para fazermos uma enorme corrente rubro-negra e continuar alimentando dois sonhos, que para mim, estão muito próximos da realidade: o título sulamericano e a conquista da vaga para a próxima Libertadores.

Sonhar não custa nada, e o meu sonho é tão real!


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