Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Brasil

26/10/2006


Chego em casa, tarde da noite, e me sinto na obrigação de abrir mão de um sono mais longo para teclar um pouco, enviar minha coluna, exercitar minha paixão pelo Furacão da forma que me cabe: com palavras.

Se há algo a ser dito neste momento, é que são privilegiados os atleticanos que estiveram na Kyocera Arena nesta noite. São privilegiados os atleticanos que conseguiram ingresso e entraram no estádio para presenciar esta partida, ou melhor, esta festa.

Festa que começou antes do apito inicial, quando o time entrou em campo e, no setor da Buenos Aires superior, formou-se uma esplendorosa bandeira do Brasil. Foi de arrepiar aqueles com algum amor à pátria. Pátria que coube ao Atlético, exclusivamente, representar a partir destas quartas-de-final da Copa Sul-americana. Privilegiados aqueles que viram pessoalmente a formação deste mosaico, comandado por torcedores abnegados, que investem desmedidamente seu tempo, seu dinheiro, sua paixão, para alguns anônimos segundos de emoção, de glória.

Privilegiado o atleticano que esteve na Baixada para ver, mais uma vez, o Furacão despachar uma equipe do continente e asseverar a força do futebol brasileiro. Feliz o atleticano que viu o Atlético em noite de gala, mandando no jogo e subjugando o tradicional Nacional do Uruguai, time que eliminara o bicampeão Boca Juniors da competição.

Abençoado este torcedor atleticano que, vibrante, viu sua equipe inicar uma jogada que entrou para a história. Que viu Marcos Aurélio acionando Dênis Marques, que, ousado, serviu de letra para Cristian. A esta altura, o estádio inteiro levantava, deixando a empolgação tomar conta de seus corpos, de suas mentes. Inteligente, o meia jogou a bola para a área, onde o baixinho, sempre oportunista, já a aguardava. E como em um filme que não podia ter outro final, o artilheiro, sem cerimônias, mandou-a para o fundo das redes, arrancando gritos e, depois, aplausos, daqueles que presenciaram um dos mais belos gols de suas vidas.

Hoje, não cabe analisar atuações, perspectivas, resultados. Cabe apenas curtir o prazer de ser atleticano. Vale lembrar cada momento, cada emoção deste jogo. Momentos que contribuíram para eternizar o orgulho de ser rubro-negro. Vou dormir com a tranquilidade de quem viu brilharem, além do escudo atleticano, a bandeira do Brasil.


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