Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Pequenos Gigantes

23/10/2006


Foi o domingo dos baixinhos. Primeiro, o tampa Felipe Massa venceu em Interlagos depois de 13 anos sem vitórias brazucas no circuito tupiniquim. Mais tarde, os baixinhos Marcos Aurélio, Ferreira e Válber aceleraram e ajudaram o Furacão na importante e suada vitória em Fortaleza. Ficou provado: tamanho não é documento.

Na fórmula um, os baixos levam vantagem. O cockpit é bastante estreito, fica mais à vontade naquele ínfimo espaço um sujeito pequeno. Mas não adianta ser pitoco sem talento. O Felipe tem talento, coragem e determinação; a F-1 brasileira pode, depois de anos com o passivo e conformado funcionário Rubens Barrichello, ter alguém pra levar a bandeirinha do país mais longe.

Já no futebol, a coisa é um pouco diferente. Ou melhor, ficou diferente nos últimos tempos. Hoje em dia, diz-se que jogadores não podem ser muito baixos, ou pouco musculosos, porque o futebol moderno é mais força física e explosão. Hoje, vê-se um sem número de grandões no futebol, coisa que não se via há alguns anos. Na Copa do Mundo era um desfile. A República Tcheca tinha o jogador Koller, que chegava a 2,02 m, estatura de basqueteiro. A seleção campeã, a Itália, era um composto de brucutus e pirulões. A Inglaterra tem o Peter Crouch, um cara que, apesar de magricela, é um monstrengo.

O Mário Sérgio, o popular Pontes de Paiva, dizia que se o Alan Bahia fosse um pouco maior, já estaria num grande time da Europa. Muitos falam da baixa estatura de alguns jogadores do Atlético, como se isso fosse um problema. O Marcos Aurélio, antes de começar a fazer gols, era desmerecido como atleta só por ser um pingo de gente. O time deste ano do Atlético, tem mais baixinhos que qualquer outro dos últimos tempos. Mas estão mostrando que talento pode estar em qualquer um, independente da estatura. O maior baixinho que já vi jogar, Romário, o peixe, não me deixa estar enganado.

Apesar da maratona exaustiva de jogos e viagens desse calendário mal feito, dos zagueiros e volantes brucutus, da pegada forte dos jogos sul-americanos, nosso baixinhos estão voando baixo, correndo muito e sassaricando nas áreas adversárias. Ontem, contra um time desesperado em seu alçapão lotado, as principais jogadas e três dos quatro gols Rubro-negros foram feitos pelos nossos valentes baixinhos. O colombiano Ferreira, há muito tempo é uma das principais figuras do time. O Marcos Aurélio, cujo nome que é maior do que ele, já é nosso principal goleador. O Válber mostra, a cada jogo, que tem bola para vestir a camisa do Atlético.

No embalo e na velocidade da Fórmula um, dedico o texto de hoje aos nossos baixinhos. Não que os altos não mereçam, todo o time do Atlético está de parabéns pela grande vitória de ontem e pelos últimos resultados que estão resgatando o orgulho vencedor dos atleticanos. Sejam altos, baixos, medianos, fortes ou franzinos, o que importa é a raça, a vontade de vencer, o espírito de equipe e o talento. Porque, quem veste a camisa Rubro-negra com o respeito que ela merece, vira um gigante.


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