Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Brasil, mostra a tua cara!

19/10/2006


O Atlético desta tarde no Uruguai não foi um time que apresentou enorme qualidade técnica ou uma maravilha de futebol. Não, nada disso, mas por outro lado, apenas por ser o sempre guerreiro e lutador Atlético, foi exuberante. Esbanjou garra e orgulhou, não apenas uma nação vestida de vermelho e preto, mas toda uma nação trajada de verde e amarelo, carregando a bandeira do Brasil e tendo o Atlético como imenso orgulho nacional.

A bola ainda não estava rolando, mas a torcida da aguerrida equipe uruguaia já nos dava o recado de que nada seria fácil para o time brasileiro. Cantando do início ao fim da partida, os torcedores só silenciaram o estádio quando a bola chutada por Marcos Aurélio na cobrança de pênalti, deslizou com perfeição pelo lado direito da rede adversária. Naquele momento, o atleticano e o povo brasileiro explodiram em alegria e podem sim, bater no peito e gritar “como é bom ser brasileiro!” Ao Brasil inteiro, um presente do querido e fantástico Atlético, e “como é bom ser atleticano!”

Poderia aqui citar inúmeros fatores que fizeram no Uruguai um Atlético vitorioso. Poderia, mas faço questão de ilustrar este texto com apenas dois dos fatores que fizeram de hoje, um Atlético fantástico. O primeiro dos fatores vem de um jogador chamado Alan Bahia, que nos encanta com o tamanho da sua raça e o tamanho da sua dedicação ao clube. Incansável, do início ao fim, Alan faz a torcida atleticana acreditar que podemos continuar acreditando, sim! O segundo fator fundamental para a vitória do Atlético foi a visão e a percepção de Oswaldo Alvarez. Mesmo perdendo o jogo, parecia que Vadão não queria apenas o empate. Percebeu que poderia “ousar”, e contrariando o que muitos atleticanos pensam a seu respeito, o professor atleticano deu três pauladas de uma só vez. Era um risco, poderia dar muito errado, mas deu muito certo. Três substituições, e duas delas, chamadas Pedro Oldoni e Marcos Aurélio, provaram que nada é impossível no futebol.

Enfim, o Atlético de hoje superou a voz do povo uruguaio. O corajoso Atlético estufou o peito e com sabedoria alegrou a fanática e apaixonada torcida rubro-negra. E quando tudo parecia tão difícil, ressurgiu, em plena tarde de Montevidéu, o “El Paranaense”, ou se preferirem, o iluminado Furacão da Baixada. A força e a superação do Atlético dos paranaense e dos brasileiros deixou, no dia de hoje, o país do futebol muito mais feliz. Parabéns, Atlético!

Pouco mais de quarenta dias me afastaram das minhas atividades e do nosso Atlético. Problemas pessoais e de saúde me obrigaram a manter distância, mas me fizeram perceber o quanto a vida é valiosa. A todas as pessoas que estiveram ao meu lado e me apoiaram, meu sincero agradecimento. Muito obrigado.


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