Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Libertação

18/10/2006


Não é exclusividade do Atlético, pois vejo alguns jogos por aí e a cena se repete. O ala, lateral ou sei lá que nova nomenclatura dão, vai, dribla, pára, olha e passa ... para trás! Um medo, uma falta de objetividade impressionantes. O volante corre, luta, combate, sua, rouba a bola e .... chutão. Falta liberdade aos jogadores, há um excesso de regras, normas, uma verdadeira ditadura no futebol tido como moderno.

A liberdade criativa tem que voltar. Não que vire uma anarquia, cada um fazendo o que dá na telha, mas o jogador deve ter o direito de errar, de tentar, soltando-se das amarras impostas. É um problema sociológico até, pois na vida, as pessoas também estão assim, com medo. Por vezes o sujeito perde uma promoção, ao menos um baita elogio do superior por ter medo de falar o que pensa, de dar uma boa, mas inusitada idéia em reunião da empresa.

Quantos corações não permanecem sós por medo de se tentar, de não dar asas a liberdade, a vontade, a seguir os instintos? O que seria da música brasileira se a mãe de Cazuza fosse autoritária, se não desse (talvez em excesso) liberdade ao grande poeta que tinha dentro de casa? Paulo Leminski seria conhecido por sua poesia visceral, seu estilo único se não resolvesse transgredir as regras pré estabelecidas de uma sociedade tão conservadora como a curitibana?

Não só o Atlético, mas o mundo precisa de mais iniciativas, de mais liberdade de expressão, maior autonomia criativa. Os fortes e quadrados esquemas de jogo, não resistem a um bom improviso, a uma jogada marota a um elemento surpresa, a um belo drible de corpo, a ginga e o gol imprevisível.

Até mesmo times comuns como este Atlético de 2006 podem ir mais longe, com dedicação, empenho e liberdade de criação.

ARREMATE

”Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. - O Grande Ditador – Charles Chaplin


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