Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Dia mundial da dor-de-cabeça

17/10/2006


- Alô, Marcelo? Por favor, avisa o seu Miguel que não poderei trabalhar hoje à tarde, porque estou com uma dor-de-cabeça terrível?

Pergunte-me quantos jogos do Atlético deixei de acompanhar até aqui neste ano. A resposta é: nenhum! Nenhuma viagem, compromisso familiar, pessoal ou profissional me impediu de acompanhar (seja ao vivo, pela televisão ou, em último caso, pelo radinho) um jogo do Atlético neste ano. A estréia será justamente no jogo mais importante do clube até aqui na temporada: nesta quinta-feira, contra o Nacional.

Numa mescla de ato-falho e falta de respeito com o torcedor atleticano, a Conmebol confirmou o primeiro jogo entre Nacional e Atlético para esta quinta-feira, às 16 horas (horário de Brasília). Talvez os dirigentes da entidade tenham se “esquecido” que no Brasil quinta-feira à tarde é dia útil e, portanto, os milhares de torcedores atleticanos estarão impedidos de acompanhar a partida pela televisão ou radinho.

Após o empate contra o Palmeiras, o técnico Oswaldo Alvarez disparou contra a CBF, lamentando a falta de consideração da entidade em preservar os atletas e o único clube brasileiro que ainda disputa a Copa Sul-Americana. Soma-se às lamentações de Vadão (preocupado com a condição física dos jogadores devido ao acúmulo de partidas) à do torcedor, que não poderá acompanhar o jogo.

Só temos a lamentar o descaso da entidade máxima do futebol brasileiro diante do único representante do Brasil que ainda disputa a Copa Sul-Americana. Faltou boa vontade aos dirigentes da CBF para tentar mudar o horário da partida, ao menos se adequando à realidade brasileira e possibilitando que a torcida do Atlético pudesse se reunir com os amigos e a família, seja em casa ou nos bares, para acompanhar mais um jogo histórico do Furacão, que a cada dia mostra ainda mais a força do "El Paranaense" para toda a América.

Para muitos, quinta-feira será o dia mundial da dor de cabeça. Dia para enganar o chefe com aquela consulta inadiável a um médico, visitar a tia doente ou ter um compromisso familiar importantíssimo, bem no meio do expediente. A mim, nenhuma dessas desculpas cola, infelizmente. O jeito é me conformar e contar com a ajuda dos amigos e da mãe para mandar mensagem no celular, fazendo uma narração “via mensagens de texto” dos principais lances da partida.

Aos jogadores do Atlético, fica a certeza: mesmo tão distante e não podendo acompanhar ao vivo todas as emoções do jogo, estarei na torcida por mais uma vitória do Furacão. E entre um telefonema, um atendimento a cliente, uma revisão de texto, uma diagramação... estarei enviando todos os pensamentos positivos para empurrar o Furacão rumo a mais uma vitória na Copa Sul-Americana. Torcida por telepatia e silenciosa, mas confiante!


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