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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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A inveja mora ao lado...de baixo
06/10/2006
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De vez em quando os jornais e a televisão nos fazem lembrar que existem outros times de futebol profissional em Curitiba, além do Atlético e do Paraná Clube. Talvez alguns torcedores mais novos sequer saibam da rivalidade que um dia tínhamos com o tal do Coritiba Foot-Ball Club. Sim, deste jeito mesmo! O nome da cidade escrito com O e o restante do nome em inglês. Coisas que eu nunca entendi direito porque são assim, mas também pouco me importa saber. A única vez que tentaram me explicar o nome do ex-rival foi mostrando uma reportagem que concluía que Coritiba significava em tupi-guarani abundância de porcos. Boa explicação que me convenceu e satisfeito sempre os tratei desta maneira, mais uma vez justificando a vontade deles um dia serem o Palmeiras.
Este time já não disputa mais a primeira divisão do futebol brasileiro, muito menos competições internacionais, pois até onde eu sei, o Campeonato Paranaense ou o Brasileiro da Série B não classificam seus participantes para qualquer torneio internacional. No entanto, os dirigentes deste club insistem em falar do Atlético e tentar, em vão, se comparar àquele que é a principal referência paranaense de futebol no Brasil e no mundo.
Como afirmei no início, pouco me importa a situação deste club. Se eles estão falidos, penando em divisões inferiores do Campeonato Brasileiro e em constante atrito interno que vão desde conflitos com torcedores, eleições contestadas a brigas entre conselheiros e dirigentes isso não é problema nosso. Melhor que continuem assim, à beira de um colapso e próximos do fim. Mas o que me motiva a escrever estas linhas sobre este club são as notícias que li nos jornais nos últimos dias.
Da Tribuna do Paraná à Folha de São Paulo, jornais que costumo ler, o Coritiba Foot-Ball Club foi destaque, negativo, claro. Fotos de torcedores e jogadores trocando tapas no Aeroporto Afonso Pena colocaram os verdes em cena, após um longo período de ostracismo nos buracos da segunda divisão. Episódio lamentável que resultou em depredação do nosso aeroporto e que podia causar uma bela de uma confusão, caso o alarme do Afonso Pena fosse acionado e os aviões, conseqüentemente, impedidos de pousar ou decolar de São José dos Pinhais. Inegavelmente uma vergonha para nossa cidade e estado.
Hoje, lendo as explicações da diretoria rival, lamentei e dei muita risada com as declarações do Giovani Gionédis, comandante daquilo que chamam de Foot-Ball Club (em bom português, clube de futebol). É nítida a sua vontade de ser Mario Celso Petraglia, o maior dirigente da história do futebol paranaense, quem sabe do futebol brasileiro. Não passa cinco minutos sem pensar no Atlético, sem citar, mesmo que indiretamente o clube que é orgulho do povo paranaense.
Cito duas passagens da coletiva do presidente do Coritiba:
“O Coritiba, desde que eu assumi, vem exercendo uma democracia com a imprensa. Vocês (jornalistas) têm livre acesso ao CT e aos jogadores”.
“Permitir que a torcida venha com bons modos num clima amistoso é ruim? Ou é ruim brigar com a torcida, impedir a entrada do tambor? A gente tem que ser democrático e saber somar e extrair coisas boas”.
Nestas duas declarações, a intenção foi comparar aquele club ao Atlético. Tentando passar uma imagem de bonzinho, de presidente que deixa a imprensa entrar no CT e que deixa a torcida fazer o que quiser, como entrar com bateria no estádio até ter reuniões com jogadores do club. Sugiro ao colega advogado que se preocupe mais com as confusões internas e com o pífio elenco que terá à sua disposição até o final da segundona, pois o Atlético é assunto nosso. As restrições da imprensa no CT do Caju são tendências de um clube moderno, organizado e que trata o futebol como uma coisa séria. Já o assunto da bateria está encerrado. A diretoria do Atlético reconheceu o erro e está tudo resolvido entre clube e torcida.
Em 2005, a vontade de comparar-se ao Atlético e a tentativa de imitá-lo os levou à segunda divisão. Neste ano sequer disputamos as mesmas competições, com exceção do Campeonato Paranaense e da Copa do Brasil, então se preocupem com o São Raimundo, América/RN e companhia ou no próximo ano irão reencontrar o Bangu e o Brasil de Pelotas, protagonistas do Campeonato Brasileiro mais bizarro da história do futebol nacional, na Série C. Isso se o Brasil não subir!
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