Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

O Atlético não cai

25/09/2006


O Atlético não cairá para a segunda divisão. E não é premonição, bola de cristal, jogo de búzios, cartomante. Os números mostram que o Atlético alcançou a estabilidade. Não é uma estabilidade daquelas de ganhar todos os jogos, mas uma que possibilita a todos os atleticanos respirarem menos ofegantes. Ganharemos as partidas que temos que ganhar, perderemos uma ou outra, beliscaremos uns empates fora. O medo de algumas semanas atrás, mesmo com o rebolo equilibrado na parte final da tabela, para mim já passou.

Desde que o Vadão assumiu, conseguimos 6 vitórias, 2 empates e quatro derrotas. Depois de muito tempo, finalmente temos uma conta positiva no caderninho, com o número de vitórias passando o de derrotas. O Atlético também tem uma das melhores campanhas do returno, com 13 pontos, sendo o sexto melhor time do certame nesta fase. O Atlético voltou a ganhar jogos em casa e a Kyocera Arena é novamente o Caldeirão que gela a espinha dos adversários. A torcida, diferente da era Givanildo, voltou a ir ao estádio esperando nada menos que o resultado de vitória. E tem saído, tirando o desastre contra o Botafogo, feliz com os três pontos. Temos sete partidas em casa e seis fora. Para escapar, dizem, precisa-se de 46 pontos. Ou seja, faltam 12.

Outro ponto importante é a perceptível segurança emocional do elenco, e isso deve-se muito ao bonachão Vadão, que fez um bom trabalho de recuperação da auto estima dos atletas. Eles se deram conta que não são inferiores a ninguém neste equilibrado campeonato e os resultados positivos virão se assim acreditarem. Alguns jogadores estão se destacando individualmente e aparecendo com destaque, que é o caso do Marcos Aurélio, artilheiraço, e do iluminado William, quem diria. Destacam-se também o Válber que sempre entra bem; Cléber, salvador; Michel, que foi fundamental nessa subida atleticana; Danilo, em recuperação técnica; a presença importante de Cristian na meia-cancha; a experiência do Marcelo Silva e, é óbvio, a simples presença do ídolo total, Paulo Rink.

É claro que o time tem deficiências e a mais clara é o salseiro que qualquer bola levantada na área causa na defesa. Os zagueiros continuam marcando a bola e não o jogador adversário. Mas, apesar disso, o Furacão tem conseguido bons resultados. No programa de "mini-metas" do professor Vadão, o Atlético queria sete pontos nos últimos três jogos. Conseguimos, mesmo que aos trancos e barrancos nas duas primeiras partidas, mas alcançamos o projetado. O Atlético tem imposto a sua camisa em campo. Discordo do lugar-comum que diz foi apenas sorte que fez o Furacão alcançar resultados nos estertores. Não foi apenas sorte, mas camisa. Coisa de time grande, que tem torcida grande, que cobra resultados. O Atlético é grande e quem veste a camisa sabe que tem que lutar até o final.

Sempre insisti que, se o time não é dos melhores que já tivemos, também não é time para cair. Agora, podemos até sonhar com Libertadores. Reafirmo que este time não cai. Contrariando o desejo de muita gente na mídia verde, maioria nos noticiosos do estado, que já em delírio comemorava a ascensão do Coritiba "Foot Bal Club" e a iminente derrocada atleticana. Comentaristas atleticanos antiquados, antas em pele de cordeiro, chegaram a dizer que o time coritibano era melhor que o nosso. Ninguém deve subestimar o Atlético. E por nunca subestimar a força da camisa Rubro-negra, é que eu digo: o Atlético não cai.

O novo Atletiba

Depois da categoria de profissionais que são os "advogados de porta de cadeia", existe uma nova, que é a dos "advogados de porta de clube". Este nicho foi ocupado pelo escritório de Giovani Gionédis, o espalhafatoso dirigente do clube verde-musgo. Em suas fileiras de clientes, estão nada menos do que o Macauley Culkin atleticano, Dagoberto, e o centro avante de chinelos, o trombador Aloísio. Posicionados estrategicamente, com os olhos sorrateiros visando o CT do Cajú, sassaricam animadamente a cada possível renovação de contrato de um jogador atleticano, pois sabem que dali pode sair um potencial cliente. Este estratagema é a nova técnica de se amealhar clientes num cenário tão competitivo como é o da advocacia. Mas os profissionais sérios do ramo não levam à sério este tipo de advogado, dando-lhes a importância que proxenetas existentes em qualquer ramo de atividade merecem.

Outro fator que pode ser analisado é que, tendo em vista a possível permanência do Coritiba "Foot Ball Club"na segunda divisão, com o desmoronamento do castelo de cartas que era o elenco "à nivel de" primeira divisão, que hoje apanha de merrecas como o time do Ituano, e com o Furacão mostrando que é time grande e de série A, sobra ao dirigente verde apenas este tipo de embate, nos tribunais e em audiências nos fóruns da justiça, já que 2007 se desenha como mais um ano com Atletiba apenas nestas esferas. A crise no Alto da Glória está instalada, com jogadores insatisfeitos por prêmios não pagos, e com a volta da torcida coritibana ao normal, ou seja, chata e corneta como sempre foi, mostrando que o "amor coxa" é apenas mais uma invenção da mídia verde. Os Atletibas da justiça são o que restam a essa gente.

Marcola não! Marcos Aurélio

Acho que o nosso goleador do ano merecia um apelido melhor. Dar a ele o mesmo apelido que o bandido "da moda" é uma grande bobagem. O "Marcola" original é um facínora, chefe de uma facção criminosa que envergonha a todos os brasileiros e espalha o terror na sociedade. Pode ser que essa droga - sem trocadilho - de apelido, pegue entre os atleticanos. Mas eu não chamo um bom jogador e que veste a camisa Rubro-negra com dignidade, por um apelido que só existe por causa de um marginal que está enjaulado. Para mim, nosso artilheiro é Marcos Aurélio. Assim mesmo, pomposo e composto.


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