Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Filho de cardíaco

21/09/2006


Haja Unimed desse jeito, Atlético. Vou saturar a minha folha de pagamento fazendo consultas ao cardiologista. Hipocondríaco por natureza, nem as gotas milagrosas da Dra. Rosali me salvarão. A gastrite vai continuar apertando e o Dr. Rogério vai me dar uma bronca. O senta e levanta do sofá vai comprometer as articulações. Pelo menos o Dr. Edilson não vai brigar. Ele é mais atleticano do que eu. E o meu pai, lá em Matinhos? Poxa, Atlético. Dá uma maneirada. Não faça mais isso.

O que eu não ando entendendo é essa do Vadão. Jogar com três volantes que não marcam e nem criam é um desperdício. Parece que temos apenas oito jogadores em campo. No primeiro tempo contra o Goiás, por diversas vezes Denis Marques e Marcos Aurélio chegavam ao meio e, sem ninguém para se apresentar, acabavam recuando a bola para Danilo. O zagueiro esperava algum dos dois atacantes chegarem lá na frente para dar um balão. Tudo isso sem a presença de Marcelo Silva, Cristian ou Erandir. Ferreira, também mal colocado, não sabia o que fazer.

Jancarlos e Michel vão me render uma consulta ao psicólogo. Ou talvez um telefonema aos amigos Marçal e Juarez resolva o problema. Estáticos, não conseguiam entrar no campo ofensivo para ajudar o ataque. Só o gol do ala esquerda salvou a atuação nesta quarta-feira. Jancarlos deve mesmo perder a posição para Evanílson, que chegou semana passada.

De criança, já sofri pelo Atlético. Ainda morando no litoral lembro da cena como se fosse hoje. Fim da decisão do Campeonato Paranaense de 1990. Nos acréscimos Gilberto Costa cruzou para Dirceu empatar. Uma crise de tosse era curada com o leite quente, margarina e mel. Mas depois que o nosso atacante negro balançou as redes, eu parecia pronto para correr a São Silvestre. Acho que foi a adrenalina.

E hoje a emoção foi mais ou menos parecida. Só faltaram a tosse, o leite quente, a margarina e o mel. O gol do William foi milagroso. Por instantes, entrei em alfa. Agora respiro aliviado por trazer um pontinho de Goiânia. Respirar aliviado em partes. Acho melhor fazer uma inalação receitada pelo Dr. Odair. Haja coração, pulmão, estômago, homeopatia, acupuntura, joelhos e Unimed desse jeito.

Tá louco, Atlético.

Louco? Ressonância Magnética?


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