Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Afirmação internacional

15/09/2006


Que a situação atleticana no campeonato brasileiro não é nada confortável, isso todos sabem. A distância para os times da zona de rebaixamento é ínfima e qualquer tropeço contra o Santa Cruz pode derrubar o Atlético ao indigesto grupo dos quatro piores times da Série A. No entanto, por um momento prefiro deixar o Brasileiro de lado para destacar a classificação do clube às oitavas de final da Copa Sul-Americana.

Antes de ressaltar a classificação do Atlético, gostaria de deixar duas coisas claras: nunca valorizei muito esta Copa Sul-Americana, pois relevante mesmo é jogar a Libertadores da América, principal torneio interclubes da América e não creio ser grande feito eliminar o Paraná Clube. Entretanto, esta classificação tem vários aspectos positivos que merecem celebração.

O fato do Atlético eliminar o Paraná Clube serve para reafirmar ao mundo quem manda no futebol paranaense. Fora dos limites brasileiros, o Atlético é o único time do Paraná com expressão, conhecido em qualquer país da América do Sul e até mesmo fora do continente sul-americano. Isso graças às boas campanhas em torneios internacionais, como nas Libertadores da América de 2000 e 2005 e nas competições de base, com as conquistas da Dallas Cup em 2004 e 2005 e da Copa Saprissa neste ano.

Além disso, a moderna Kyocera Arena orgulha não só os atleticanos, como também os diretores da Conmebol que fazem do estádio atleticano um cartão postal da América do Sul, na tentativa de convencer a FIFA de que o continente é capaz de organizar uma Copa do Mundo. Falando na maior competição esportiva do planeta, a presença de Kleberson entre os campeões do mundo de 2002 e sua negociação com o poderoso Manchester United é outro fator de internacionalização da marca Atlético.

Outro motivo, por mais fútil que possa parecer é a presença constante do Atlético na série de videogame FIFA SOCCER. Quantas pessoas no mundo já optaram por jogar pelo El Paranaense, sendo esta a única opção de times do estado do Paraná no jogo? Muitas! Estas, salvo aquelas que gostam de futebol alternativo, conhecem apenas o Atlético, pois o Paraná Clube é muito pequeno nacionalmente, inexpressivo mundialmente e os demais sequer disputam a primeira divisão do futebol brasileiro.

Além de reafirmar o Atlético como o único paranaense conhecido no mundo, a Copa Sul-Americana ainda nos reservará um presente especial: a chance de enfrentar os dois maiores times da Argentina. Com confronto marcado contra o River Plate e tendo a possibilidade de enfrentar o maior conquistador de títulos (Boca Juniors) do continente na próxima fase, o Atlético pode usar isso para lucrar e adquirir experiência para um dia conquistar definitivamente seu espaço entre os grandes da América.

Estádio lotado, transmissão para a maioria dos países americanos, inclusive os Estados Unidos, graças à FOX Sports e um (ou dois) confrontos de alto nível técnico são oportunidades únicas que merecem ser aproveitadas por um clube emergente, privilegiado pela competente Diretoria e por uma torcida incondicionalmente apaixonada.

Diante de tantos fatores a seu favor, só nos resta torcer e aguardar a conseqüente projeção internacional do nosso “Hurricane”, que já venceu os limites do nosso estado e vem mostrando ao nosso país do que é capaz!


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