Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Resistência zero

11/09/2006


Contra o Inter, sofremos uma derrota fácil, mas tão fácil, que irritou. O Atlético foi como um rebanho de gnus cruzando um rio repleto de crocodilos famintos. Foi como a Polônia sendo invadida pelos nazistas. Oferecendo nenhuma resistência, sucumbiu ao time do Internacional, e voltou conformado pelas poucas escaras, apenas duas, que sofreu.

Antes do jogo sabia-se que um resultado de dois a zero não seria surpreendente nem trágico, pois o Internacional está em ótima fase, é campeão da Libertadores e sério candidato ao título de 2006 do campeonato. Mas nosso time bem que poderia ter oferecido maior resistência, pelo menos para a gente não sentir tamanha impotência enquanto assistia o jogo. Fomos muito mal, e um pouco mais de dedicação poderia ter tirado dos atleticanos esta sensação ruim de uma derrota tão natural. Era um daqueles jogos em que a torcida entenderia melhor o resultado, desde que o adversário sofresse para conquistá-lo.

Por ordens de Vadão, que insistiu no decorativo William e recuou demais a equipe no segundo tempo, o time não caiu de pé, mas encolhido. E não é esse o Atlético que a gente quer. A gente quer o Atlético que venceu o Paranazinho com folgas, no insalubre Pinheirão. O Atlético tem capacidade de ser este outro time, sempre que tiver vontade para isso. Quarta feira, quero um time que busque a vitória e que não se conforme com a vantagem obtida fora. O time de quarta tem que dar orgulho, conquistar a classificação é ótimo, mas um pouco de redenção não faria mal a ninguém. O pequeno Paraná é quem tem que pagar o pato.

El Paranaense, o retorno

Ser reconhecido no continente é ainda um sonho, tanto para nosso adversário vileiro, quanto para aquele que nunca ganhou um jogo fora do Brasil, aquele verde. E para nós já é uma realidade. Enquanto nós somos conhecidos como "El Paranaense" os outros ainda são "los curitibanitos". E o El Paranaense está de volta. Como Che Guevara e Alberto Granado, só que sem motocicleta, está pronto para sair América afora.

Poucos esperavam que pudéssemos sair novamente em excursão pela América do Sul, mas agora estamos com nossa passagem quase confirmada. Basta fazer valer a vantagem obtida entre as crateras do estádio da Federação. Com a força do Caldeirão esta classificação pode vir com naturalidade. E então sairemos para um pega interessante, contra o poderoso River Plate, em Buenos Aires. Uma emoção positiva em um ano em que o coração Rubro-negro vem sendo maltratado.

É a reafirmação da vocação do Furacão, como o verdadeiro representante do estado no Brasil e no mundo. Quarta feira temos que fazer valer a nossa força e assim gravar mais uma vez a alcunha "El Paranaense". Um time que mesmo na adversidade consegue forças para fazer sua grandeza prevalecer. No estado do Paraná, futebol é questão de camisa e torcida. É por isso que é o Atlético que está a um passo de sair pelo continente mais uma vez. Buena suerte, El Paranaense.


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