Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

De Fortaleza a Santos em 49 dias

31/08/2006


Qual a distância entre as cidades de Fortaleza e Santos? De acordo com um site que encontrei na Internet, a capital cearense está a 3199km de Santos.

Qual a diferença de pontos entre o Fortaleza e o Santos no Campeonato Brasileiro de 2006? Atualmente é de 14 pontos.

Quantas posições separam o Santos do Fortaleza? Exatamente 17 posições. Enquanto o alvinegro praiano é o vice-líder, o tricolor de aço é o vice-lanterna da competição.

Quantos dias separaram o amargo empate na Kyocera Arena do Atlético com o Fortaleza da importante vitória de quarta-feira, no mesmo estádio, sobre o Santos? Nas minhas contas o intervalo de um jogo a outro foi de 49 dias.

Agora a pergunta mais importante é qual a diferença do Atlético naquela noite contra o Fortaleza e quarta-feira contra o Santos? Imensa.

O Atlético mudou. Ganhou nova cara, tem outra atitude em campo, a marcação melhorou, o astral está renovado e as vitórias voltaram a acontecer naturalmente. Nestes 49 dias que separaram o jogo do Fortaleza ao Santos muita água rolou, saímos do calor da zona de rebaixamento e alcançamos outra região bem mais amena e confortável, a tal da zona sul-americana.

Continuo achando que o elenco atleticano precisa ser reforçado, pois apesar da empolgação das últimas semanas, as vitórias foram conquistadas muito pela excelente fase do Cleber, da pontaria do Marcos Aurélio e do pouco rendimento dos adversários. Como o nível deste campeonato é médio, podemos continuar contando com rivais fracos, dispostos a nos entregar os três pontos sem muito trabalho. Além disso, esperamos contar com a manutenção da boa fase da dupla citada, além de Denis Marques, Cristian, João Leonardo, Michel e Ferreira que têm sido o ponto de equilíbrio desta ascensão.

O treinador Vadão, apesar de continuar não me agradando pela sua demora nas substituições e insistência em fechar o time para garantir a vitória, como no Maracanã quando trocou um atacante (Denis Marques) por um volante (Erandir) e trouxe, perigosamente, o Fluminense para o nosso campo, tem seus méritos. Seu estilo pessoal parece ter melhorado o ânimo do time, resgatado a confiança de jogadores que vinham mal e estavam pressionados. Enfim, trouxe paz ao ambiente que estava conturbado e, claro, melhorou sensivelmente o padrão tático, com este novo 4-4-2, protegido por três volantes.

Se este Atlético ainda não é o ideal, pelo menos deixou de ter a cara do Fortaleza e ficou mais parecido com o Santos. Este também muito aquém daquele dos anos anteriores, mas muito mais interessante de ser comparado do que qualquer time que esteja freqüentando a zona do rebaixamento, como o simpático Fortaleza, que infelizmente, pela má fase, serviu de exemplo para que eu pudesse escrever esta coluna.


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