Jones Rossi

Jones Rossi, 46 anos, é repórter do Jornal da Tarde, em São Paulo, e um dos fundadores do blog De Primeira. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

A melhor notícia do ano

31/08/2006


O ano era 1995. Eu tinha 17 anos e trabalhava como vendedor de computadores na extinta All Tech. Poucas coisas na minha vida tinham tanta importância quanto o Atlético, que seguia massacrando seus adversários na segunda divisão. Imaginem a minha surpresa quando Paulo Rink entra na loja. É difícil explicar para as novas gerações de rubro-negros, mas era como se Super-Homem saísse de Metrópolis para visitar o Parolin. O cara estava arrebentando em campo, era atleticano e goleador do time.

Na hora convenci o vendedor que estava o atendendo a deixar a venda comigo. Depois eu lhe daria a comissão integral, pouco me importava. Na época nem sonhava em ser jornalista, não fazia idéia que entrevistaria José Serra, Pelé, Paris Hilton. Mas nenhuma dessas conversas foi tão importante para como a que tive naquele dia com Paulo Rink. Ele não era simplesmente um jogador do Atlético. Era a personificação do que era o Atlético e do que eu acredito que seja o Atlético: podemos não ser o melhor time do Brasil, da mesma forma que Rink não era o melhor jogador. Na teoria. Porque depois que começa o jogo Paulo Rink e Atlético sabem se impor, na raça e na força, não importa o adversário. Se tornam os melhores.

Não sei se depois de tanto tempo Paulo Rink será o mesmo. Se não for, espero que a diretoria que agora o reconduziu à sua verdadeira casa saiba o tratar como o ídolo que é. Assim como a torcida só pode aplaudi-lo. Mas este é um aviso que sei que não precisará ser seguido. Paulo Rink volta à Baixada para nos alegrar, para comandar o time pela primeira vez no mesmo estádio que ajudou a construir.

Paulo Rink nem deve se lembrar daquele dia. Fui ao treino com ele. Lembro da piada que ele fez com o lateral Pavão, que carregava uma mala que era quase maior que ele – o que não era difícil. Depois ainda me apresentou outro craque atleticano, Assis, que é seu amigo. De qualquer forma, não importa. Estarei na Baixada para vê-lo novamente em ação. Não para lembrar do passado, mas sim para celebrar o presente otimista e nosso futuro mais brilhante ainda.


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