Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Ao lado do Atlético

16/08/2006


Eu vou para Floripa. Neste momento difícil, delicado e preocupante, é mais do que obrigação estar ao lado do Atlético. Quem pode viajar e continuar acreditando no Furacão, não pode perder a oportunidade de fazer parte deste grande movimento em prol do nosso Atlético. Parabéns à torcida organizada Os Fanáticos por esta grande prova de amor. Grandes torcedores aparecem com atitudes, sejam nos momentos de alegria ou em momentos de tristeza. Aconteça o que acontecer em Floripa, estaremos lá, fazendo o mínimo que podemos fazer pelo Atlético, cantando e vibrando do início ao fim.

Certa vez o presidente Mario Celso Petraglia, em uma entrevista a uma rádio de Curitiba, emendou uma frase que não esqueço. Quando questionado sobre sua esposa, a qual o acompanhava sempre e lhe dava o maior apoio nas suas decisões, o presidente disparou: “dizem que por trás de um grande homem existe uma grande mulher. Não é o meu caso. No meu caso, a minha mulher caminha sempre ao meu lado.”

Concordo com Petraglia. Nossas grandes paixões, se são realmente paixões verdadeiras, devem estar sempre ao nosso lado. Não há melhor maneira de se enfrentar dificuldades, desafios e dividir, principalmente, os momentos de maior alegria. As conquistas tornam-se muito mais saborosas quando temos ao nosso lado a paixão que nos guia e nos faz enxergar as coisas de uma maneira real, diferente, concreta.

Assim estarei eu em Floripa, caminhando ao lado do Atlético com mais centenas de atleticanos doentes e preocupados com a situação do querido Atlético. O óbvio, o evidente, está aí a nossa frente, logicamente. Não temos um time convincente, não temos a grande qualidade esperada para este ano, não temos confiança no elenco, não temos segurança plena diante de tudo o que está acontecendo com o clube, mas temos algo que nos move: o verdadeiro sentimento atleticano. Este não morre nunca. Podemos espernear, criticar, exigir, cobrar, chorar e implorar, mas o que há de verdadeiro dentro de cada coração vermelho e preto, nos alimenta a alma.

O Atlético estará em campo, domingo, e mais uma vez não importará quem estará vestindo a roupa nova do Furacão. O que importa é que cada um daqueles onze personagens precisam se entregar de corpo e alma, comer grama, comer a bola, ultrapassar os seus próprios limites humanos e mostrar a cada um dos seus companheiros que a conquista é possível, sim! É preciso união, agora, mais do que nunca.

Tenho certeza que a diretoria atleticana não é omissa, não é cega, e sabe muito bem o que precisamos para sair dessa situação. Algo precisa e será feito, estou convicto. E enquanto eles fazem a parte deles, eu e mais milhares de atleticanos continuamos acreditando. Me desculpem os desacreditados, os pessimistas ou os desiludidos, mas este direito ninguém me tira. E quando o Atlético novamente voltar a sorrir, eu quero ser o primeiro a estufar o peito e gritar ao mundo inteiro que sou também responsável pela alegria daquele que esteve sempre ao meu lado.

Atlético ontem, hoje e sempre. Custe o que custar. Este jogo, nós vamos ganhar!

** coluna escrita a pedidos da minha grande amiga Clara Guimarães. Ta aí Clara, pra você.


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