Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Dar tempo ao tempo

04/10/2002


Ontem, estava andando pela Rua XV, em Curitiba, quando me deparei com um menino de uns 6 ou 7 anos com uma camisa do Atlético. Ele cantava, alegremente, o hino atleticano – o mais bonito do Brasil – e a cada vez que repetia o refrão, cantava mais e mais alto, chamando a atenção de todos que por ali passavam.

Essa história, que se repete diversas vezes ao dia, serve como lição para todos nós, atleticanos, que já não temos mais a ingenuidade das crianças, mas também sentimos orgulho em vestir a camisa rubro-negra. Perdemos a inocência, mas não podemos perder nossa paixão pelo Atlético. Por isso, devemos dar tempo ao tempo.

O Atlético sempre foi um time que se fortaleceu nos maus momentos, soube tirar lições das derrotas e deu a volta por cima. Precisamos acreditar que dessa vez não vai ser diferente. Esse time é bom e já provou isso. Temos um dos melhores elencos do Brasil, que precisa apenas ser ajustado, com cada jogador ocupando um espaço dentro de campo. O time precisa definir seu esquema de jogo e não pode se acovardar diante dos adversários.

O jogo deste sábado, contra o Goiás, não pode ser encarado como uma prova final. O trabalho só vai aparecer com calma e temos que ter paciência com o time, que terá que se adequar a filosofia do novo treinador. Mais importante do que vencer, esse time precisa convencer – e isso requer um pouquinho de tempo.

Quando o Atlético engrenar (e eu acredito que daqui umas três rodadas isso vai acontecer) tenho certeza: não vão ser apenas os atleticanos de 10 anos que sairão pelas ruas cantando o hino do time. Todos nós – atleticanos com mais de 20 anos – também sairemos cantando aos quatro cantos: “Atlético, Atlético. Conhecemos teu valor. E a camisa rubro-negra, só se veste por amor!”.


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