Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Jogo de xadrez

04/08/2006


O Atlético enfrenta neste sábado o Corinthians, lanterna do Campeonato Brasileiro. Um time que não vence há muitas rodadas e que está em crise interna, tanto entre os jogadores como entre a diretoria e a MSI, investidora do clube paulista. Teoricamente uma excelente oportunidade para vencer fora de casa, somar mais três pontos e iniciar uma reação no campeonato.

Porém, o adversário é o campeão brasileiro, recheado de craques, com um bom treinador e que contará com o apoio de um Pacaembu lotado, graças a promoção da Nestlé (nem lembrava que isso ainda existia). Em relação a presença da torcida, muitos afirmarão que ela estará lá para protestar, manifestar sua ira contra os atletas, Geninho, diretoria e MSI. O que não podemos esquecer é que um gol corinthiano no início do jogo transformará qualquer tipo de manifestação contrária em apoio incondicional. E então estará o Atlético no meio de uma ensandecida massa de torcedores gritando o tempo todo, atrás no marcador e enfrentando alguns gigantes adormecidos como Carlitos Tevez, Roger, Carlos Alberto, Ricardinho e Mascherano.

Por isso, os jogadores atleticanos e o treinador Vadão precisam ser inteligentes. Usar os ingredientes a nosso favor. Em 2004, numa situação muito mais amena, o Atlético suportou a pressão de jogar fora de casa contra o Corinthians, marcou seu gol, aproveitou a instabilidade adversária, os protestos da exigente torcida rival e passeou no Pacaembu, goleando por 5x0, em show particular de Jadson que naquela noite marcou três belos gols.

Como em uma partida de xadrez, o Atlético precisa aproveitar qualquer brecha que o adversário oportunize. O jogo pode ficar fácil. A torcida pode jogar a nosso favor. Os craques corinthianos, ameaçados, podem ficar ainda mais pressionados e facilitar a vitória atleticana. Só não podemos esquecer que o Corinthians não é uma presa fácil, um cachorro morto. Talvez, ao lado do São Paulo, seja o mais talentoso elenco do Campeonato Brasileiro, apenas não entrosou, não formou um time, devido à fogueira de vaidades do elenco, a pressão excessiva de seus torcedores e a briga de egos entre Dualib e Kia.

Rhodolfo e Sammir

No sábado passado o Atlético conquistou o bicampeonato da Taça Belo Horizonte de Juniores. Foi uma conquista excepcional, com 100% de aproveitamento e uma aula de futebol dentro de campo. Desta boa safra, dois atletas já foram promovidos ao elenco profissional: o zagueiro Rhodolfo e o meia Sammir.

O zagueiro Rhodolfo é considerado há um bom tempo uma das maiores promessas do elenco Junior do clube. Já vinha treinando com os profissionais desde o primeiro semestre e logo conquistará seu espaço entre os titulares do clube. Já o meia Sammir é o mais talentoso atleta criado no clube desde Dagoberto, Jadson e Fernandinho. Habilidoso, com excelente visão de jogo, passe qualificado e muita maturidade, apesar de jovem. Tem tudo para construir uma carreira brilhante, mantendo sua determinação e humildade que aliados ao seu talento nato o transformarão em um grande jogador. Boa sorte aos dois!


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