Eduardo Aguiar

Eduardo Aguiar, 51 anos, é jornalista e filho de um coxa-branca (ainda bem que existe a Teoria de Darwin, sobre a Evolução das Espécies!). Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2006.

 

 

A cara do técnico

30/09/2002


Quando um time não tem opções, está fadado ao fracasso. Hoje, o Atlético carece de opções táticas e técnicas (humanas) e isso fica claro quando vemos o time se bater em campo para criar pouquíssimas oportunidades de gol durante as partidas.

As carências técnicas ocorrem por dois motivos. Primeiro porque alguns dos seus atletas estão contundidos, ou voltando de contusão: Ilan, Reginaldo Vital, Gustavo, Cocito, Flávio. Segundo porque, no meio-campo, não temos nenhum atleta que possa mudar um jogo, pisar na bola, criar jogadas. No ano passado, tínhamos no banco o Souza. Quando as coisas estavam mal, ele entrava e resolvia. Quando ele começava jogando, a "arma secreta" era o Adriano. Hoje, não temos ninguém com essa qualidade no banco. Ninguém que possa mudar um jogo em poucos minutos.

Já as carências táticas são fruto do trabalho do treinador. O Atlético não tem uma jogada ensaiada sequer. Seus atacantes não fazem uma tabela. E a falta de opções fica mais preocupante diante da passividade de Espinosa.

Não pude ir ao jogo contra o São Caetano. Comento apenas o que pude ver depois, na TV. Ora, se a base do time é a mesma do ano passado, então deveríamos ter em campo um time com cara de campeão. E o único com cara de campeão em campo no sábado parece ter sido o Alex Mineiro. O herói do título do ano passado não pode ser reserva deste time em nenhuma hipótese. Só para o Espinosa - que prefere ver o time com a sua cara.

A torcida já percebeu isso. E não é má vontade. Quando o treinador foi anunciado pela diretoria, boa parte da torcida já não o queria por aqui. Mas foram complacentes, até o limite da paciência. Espinosa não pode dizer que os atleticanos foram ingratos. Simplesmente aconteceu o que eles previam: Espinosa não é técnico para o Atlético.


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