Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Independência

02/08/2006


O que querem os ratos? Essa gente ainda não percebeu com quem estão lidando. Não perceberam o microscópico tamanho de sua firma perante o Clube Atlético Paranaense. Não perceberam que eles não têm importância, que nenhum torcedor com bom senso dará ouvidos às suas palavras? Quem são eles para achar que podem ter alguma interferência na história do Atlético? Não são nada. São ervas daninhas, das mais vulgares, daquelas que só têm fim se arrancadas por suas raízes.

Infelizmente, hoje em dia, pessoas deste tipo estão espalhadas em todos os lugares. É o cara que puxa seu tapete no trabalho, é o sujeito leniente, puxa-saco e preguiçoso que leva todos os méritos. É o político que recebe propina, que desvia o dinheiro que teria que ir para povo. É o estelionatário que ganha em cima da boa fé alheia, é o malandro que de golpe em golpe vai levando, dando jeitinho, enquanto os outros trabalham e constroem. É o policial corrupto, que cobra grana do comerciante por segurança. É o religioso que esconde o pior dos homens atrás de uma capa de moral, para tirar algum tipo de vantagem na vida. O dinheiro e a vontade de ser mais do que se é, estão distorcendo os princípios e a ética no mundo de hoje.

Acho que essa empresinha que se infiltrou no dia-a-dia do Atlético pensa que é maior do que é. Está na hora de mostrar que não são nada. Absolutamente nada. Nós não precisamos deles. Não queremos esta gente. Não me venham os ratos dizer que dependemos deles, que dependemos de seu garoto mimado. O Atlético não depende do Dagoberto. Nunca dependeu. Nunca precisou. E se um dia nós queríamos contar com ele, não estava lá. Não estava à disposição. Muito pelo contrário, este ser acha que nós é que estamos à disposição dele. Que o Atlético está ali para servir aos seus desejos pessoais. Que o Atlético está ali para a sua promoção e que, sem ele, o Atlético não andará. O Atlético sempre andará. Seja num prado plano e florido, seja no terreno mais pantanoso, o Atlético sempre seguirá com aqueles que estão a seu lado, que acreditam na sua glória, contra tudo e contra todos. Nós já passamos por tantas coisas difíceis, calvários infindos, isto que acontece hoje é um grão no meio do caminho.

Essa gente não é um câncer. É um pequeno parasita, um berne que se extirpa com a unha. Eles é que dependem de nós. Não existe "dago dependência", "massa dependência", "fulano dependência" ou coisa que o valha. Promovendo os seus representados como estrelas de cinema, acham que no seio atleticano conseguirão enganar uma massa fanática, que só pensa pelo prisma rubro-negro. Nós já gritamos o nome de atletas gordos, pernetas, grossos de bola, feios como o cão, mas que honravam a camisa rubro-negra desbotada pelas inúmeras lavagens. Vibramos com heróis de um jogo só, como Ziquita, celebramos verdadeiros atleticanos, como Ricardo Pinto, ficamos alegres com o fim de um jejum, quebrado por um sujeito chamado Pateta. A gente não cai no conto da celebridade. A Baixada não é a Ilha de Caras, meus caros ratos.

O Atlético não depende de um passe para o gol, de um toquinho de trivela, de uma canetinha bem dada, de uma pedaladinha. Não depende de um cabelinho com gel, de pessoas com discursos ensaiados. O Atlético já esteve à beira da morte e sobreviveu. O Atlético foi humilhado e se reergueu. O Atlético era modesto e tornou-se grandioso. Os massinhas podem dizer o que quiserem em suas páginas na internet, nas entrevistas em rádio e TV, podem mandar e-mail, fazer página em sites de relacionamento. Nunca vão convencer que estão querendo o bem do Atlético. Eles não têm nada além de um moleque mimado. Nós temos uma história. O presidente Petraglia tem realizações. A torcida tem amor incondicional.

Chega dessa gente. Eles estão tomando um tamanho, uma proporção que não deveriam. Estão na mídia o tempo todo, quando deveriam estar no limbo. Jogador representado por esses caras não deveria jogar no Atlético. Vai que se destaca. Vai que se revela um bom jogador e vão dizer que dependemos deles. E não dependemos. O Dagoberto, se fosse inteligente, já teria rompido, assim como o Oldoni. Não precisamos deles, eles é que precisam de nós. Depois da vitória do Atlético contra o Flamengo, começaram a dizer que essa vitória só aconteceu por causa do pestinha. E o Vadão? E os outros jogadores que honraram a camisa rubro-negra? E o calor e a fé que veio das arquibancadas? Nada disso foi importante? Ou só o rapazinho? Que desrespeito com todo mundo. Que falta de ética. Que falta de caráter. O Atlético deveria trasferir logo esse garoto e trazer alguém de alta competência reconhecida e alto caráter para substituí-lo. Só pra dar um tapa de luva naquela bochecha rosada.

Para jogar no Atlético tem que ter caráter. Pra ser idolatrado pela torcida tem que ser homem, honrar as calças que veste. Tem que ter humildade para dividir com os companheiros os louros. Ninguém até agora falou em "Cléber dependência", porque o Cléber, o goleiraço Cléber, é humilde e de valor. Não é um tolo em busca de flashes. Faz sua parte junto aos seus companheiros, cumpre sua missão. Todos nós fazemos a nossa parte e só depende de nós fazer este Atlético grande e imortal. O Atlético é independente. Sempre será.


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