Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Sejamos interesseiros também

26/07/2006


Domingo, na Baixada, haverá um reencontro. Ele, Dagoberto, estará novamente em campo, vestindo a camisa do Atlético diante do Flamengo.

Depois de tudo que passou, de tudo que foi dito, de toda a arrogância, desconsideração e ganância demonstradas pelo jogador, o reencontro com a torcida chega a ser temerário. Muitos atleticanos já monstraram a intenção de vaiar e xingar o atacante. Não me parece que seja uma boa solução.

Apesar de ser impossível separar a paixão do futebol, neste caso vale a pena utilizar um pouco de racionalidade. Dagoberto já mostrou sua cara. Passamos a conhecer seu caráter. Recentemente, li uma passagem interessante de Schopenhauer dizendo que é "melhor deixar que os homens sejam como são do que acreditar no que não são". Pensando por este lado, é melhor deixar que Dagoberto seja como é, e ter ao menos a vantagem de exatamente já saber como ele é.

Sabendo como é o jogador, podemos comandar um novo relacionamento com ele. Nada de idolatria, de expectativa de longo período no Clube, essas coisas. Se o que ele quer é usar o Atlético, sejamos inteligentes e o usemos também. De boba, nossa diretoria não tem nada (tirando algums contratações, deixa pra lá). Se estão escalando o jogador, tem algum motivo. Então, sejamos interesseiros: vamos deixá-lo jogar e nos render algo de bom - seja em uma eventual negociação, ou meramente para aproveitar seu bom futebol e angariar pontos preciosos para se afastar do rabo da tabela.

Fomos traídos. Isso não vai mudar. Pois então que fique, ao lado da traição, alguma coisa de útil para nós. Aliás, estamos precisando.

Vadão

Não consigo me animar com a contratação de Vadão. Não o acho um mau treinador, tampouco o acho acima da média. Sabemos que teve duas passagens pelo Clube - uma boa, em 1999, e outra ruim, em 2003. Qual parâmetro devemos usar? Basta lembrar que o time de 1999 tinha ninguém menos do que Kelly, Adriano, Kléber e Lucas, além de nomes como Alberto e Kleberson. Em 2003, tínhamos um time fraco, e ainda acho que o atual é pior. E se naquele ano Vadão teve nove vitórias, sete empates e treze derrotas, não preciso explicar mais nada sobre meu pessimismo.


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