Juliano Ribas

Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.

 

 

Futuro

24/07/2006


Não vou falar das passagens anteriores do Vadão, nem na que foi brilhante, de 1999 a 2000, nem na que foi mal, em 2003. O futuro é mais importante neste momento do que o passado. E o porvir tem tudo para ser muito melhor do que o presente. Encaro este futuro com os olhos da esperança. O Vadão foi uma grande escolha, perfeito para o momento. E não é apenas otimismo e nem apoio cego. Tenho motivos para isso.

Para construir uma nova história no Atlético, Oswaldo Alvarez traz uma boa bagagem acumulada em grandes clubes do Brasil e do exterior. Chega ao clube que tanto conhece, mais experiente e vivido, pronto para pegar este jovem time do Atlético e levá-lo a dias melhores. Se tem uma coisa que Vadão sabe é lidar com a juventude. No São Paulo, lançou um púbere Kaká ao futebol profissional. No Mogi Mirim, do Carrossel Caipira dirigido por ele, ninguém menos do que Rivaldo despontou no cenário. E o Atlético atual está borbulhando de energia jovem. E o Vadão veio fazer o papel do paizão exigente que essa moçada precisa.

Enquanto isso, as alvíssaras vêm de Minas Gerais. Só boas notícias por lá. O time de aspirantes do Atlético está arrebentando na Taça BH, com 100% de aproveitamento. É gostoso de ver essa piazada se afirmando como o futuro do Atlético dos próximos anos. Um tacho cheio de novos talentos mostra a qualidade do departamento de formação do Atlético e a competência dos setores de fisiologia científica do clube. Quem fala sem razão que o Atlético não revela ninguém, está tomando um monumental cala-boca. O Atlético é o clube do futuro, sim, e todo o atleticano deveria se orgulhar disso. Mas por que fiz este adendo sobre os juniores quando falava das perspectivas do Vadão?

Imagine, meu caro atleticano, o Vadão, com sua reconhecida capacidade de tirar o máximo dos jovens, com essa piazada nas mãos? Imagine o Ricardinho, o Kaio, o Lucas, o Roberto e tantos outros em ponto de bala defendendo a camisa profissional do nosso amado Rubro-Negro a comando do Vadão? Alguns desses rapazes têm que ser integrados ao elenco profissional o quanto antes, assim que terminar a Taça BH, se Deus quiser, com o título nas mãos, com ainda mais moral. Para dar um exemplo de outro clube, o Santos em 2002 não vinha bem no campeonato, mas Emerson Leão afastou alguns medalhões, apostou em Robinho e Diego, ambos ainda com 17 anos, e foi Campeão Brasileiro daquele ano. Apostar no jovem funciona.

Uma nova história também pode iniciar com o jovem Dagoberto Pelentier. Fez besteira, falou bobagens, desapontou uma nação, perdeu-se em meio ao seu ego, associou-se a uma camarilha de calhordas, desrespeitou a camisa atleticana. Mas está aí o Vadão, que o conhece desde antes de nascer um pelo sequer em sua cara. Está aí o Vadão, que vai saber conversar com o rapazola, vai ajudá-lo na reconciliação com a torcida. Se o Dagoberto, com humildade, voltar ao Atlético, terá a oportunidade de pagar a dívida que tem com a massa atleticana e buscar jogo a jogo a reconstrução do seu nome. Que não espere da torcida os gritos de incentivo que recebia toda vez que pisava o gramado, a torcida está cabreira. Mas ele pode reconquistar o carinho e, depois de alguns bons jogos, ter novamente o seu nome gritado pelos atleticanos e ter o aplauso de todos nós. Mas tem que fazer muito.

O futuro de Vadão desenha-se auspicioso. Até pela boa apresentação que o time fez ontem em São Januário, onde jogou melhor que o Vasco e só não ganhou porque faltou alguém para colocar a bola na rede. Esta é a carência principal do Atlético este ano. Se nosso novo velho técnico receber um bom atacante em suas mãos, o time subirá de produção no quesito tentos anotados e subirá na tabela. Esta contratação urge, ficou óbvio no jogo de domingo. Não dá para ganhar sem marcar gols, o presente poderia ser diferente se as oportunidades criadas ao longo de muitos jogos neste ano tivessem sido aproveitadas.

Renova-se agora a esperança no futuro, no trabalho do competente Oswaldo Alvarez. E, principalmente, deve renovar-se a esperança e a confiança em dias melhores do torcedor atleticano. Esta é nossa marca. Nós não desistimos e não nos entregamos nunca. Nós atleticanos sempre acreditamos. Aqueles que faltaram com o respeito com o clube, chamando nosso time de droga, para não dizer outra coisa escatológica e chula que não tenho o costume de citar neste espaço, devem tirar estas idéias auto-destrutivas da cabeça. O futuro pode ser melhor e será. Penso assim porque sou atleticano e este é o meu dever. Pensar sempre num grande futuro, que honre as tradições do passado, para o meu Clube Atlético Paranaense.


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